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COMÉDIA

Teatro Lala Schneider estreia Auto da Compadecida

Encenação de texto escrito em 1955 por Ariano Suassuna foi assistida por parentes do dramaturgo

Atores experientes da Cia. Máscaras de Teatro dão vida a personagens sertanejos e celestiais. | Assis Baptista/Divulgação
Atores experientes da Cia. Máscaras de Teatro dão vida a personagens sertanejos e celestiais. (Foto: Assis Baptista/Divulgação)

João Luiz Fiani suspeitava que uma sobrinha-neta de Ariano Suassuna, funcionária da Volvo, estava na plateia na pré-estreia de O Auto da Compadecida . Perguntou ao público se havia ali algum parente do poeta. Dezessete mãos se levantaram. A família viera em peso conferir o Festival de Teatro de Curitiba, e, em particular, a produção do Lala Schneider para esse que é um dos principais textos do dramaturgo, morto em 2014. A peça fica em cartaz até 31 de maio.

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A opção por dirigir o texto do paraibano passou pelo coração de Marino Jr., para quem a commedia dell’arte é um tema especial, graças à experiência que teve na Itália com o gênero.

O Auto flerta com ele, com seus personagens-tipo e a dupla de empregados, João Grilo (Marino) e Chicó (Lucas Cardoso), dois pobretões aficionados por passar gente para trás e arrumar uns trocados. Chicó faz o sertanejo ingênuo, mas João Grilo é hábil em armar as tramoias pelas quais os dois buscam sobreviver.

Na trama, eles tentam convencer um padre e um bispo a fazer o enterro de um cachorro, em latim. Com a chegada de um perigoso bandido à cidade (Fiani), acabam tendo que enrolar também o meliante e vão parar todos, mortos, diante de Nossa Senhora.

Arma-se um julgamento, em que o acusador é o diabo (Daniel Marcondes), o juiz, Jesus Cristo (Marcyo Luz) e a defensora, a Compadecida (Kellyn Bethania). A surpresa é qual deles ganhará direito ao céu.

Para encenar um texto tão importante no cenário do teatro nacional, escrito em 1955 e tema de filme e microssérie de sucesso, a companhia de Marino e Fiani escolheu atores experientes. Os diretores também atuam na peça, além de Lucas Cardoso, Luiz Henrique Fernandes, Alisson Diniz, Rogério Bozza, Ingrid Bozza, Jader Alves, Kellyn Bethania, Daniel Marcondes e Marcyo Luz.

“A peça mexe com o lado lúdico da religião, mas tudo com ironia e sarcasmo. Creio que fala muito sobre o atual momento político também, de corrupção”, disse Marino em conversa com a Gazeta do Povo.

Lala Schneider

O dia da estreia, esta sexta-feira (17), também marca a inauguração de uma escultura-máscara de Lala Schneider, réplica menor da que fica na Praça Santos Andrade, diante do Teatro Guaíra. A atriz, morta em 2007, faria 89 anos dia 23 de abril (mesma data em que é lembrado o nascimento e morte de Shakespeare).

O teatro aproveita para comemorar seus 21 anos, e 20 de Cia. Máscaras de Teatro, parceria entre Fiani e Marino.

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