Insatisfeito na Europa de 1850, o médico e biólogo alemão Johann Friedrich Theodor Müller, mais conhecido como Fritz Müller, decide vir para uma terra desconhecida, com a promessa de que teria liberdade para desenvolver seu trabalho científico. O amigo Hermann von Blumenau, que havia recém-fundado a Colônia Blumenau (SC), foi quem insistiu para que ele viesse ao Brasil. Criador de teorias importantes na biologia (como o mimetismo müelleriano, sobre a defesa biológica contra predadores) e colaborador de Charles Darwin, o biólogo ganha uma exposiçã, o Fritz Müeller O Príncipe dos Observadores, sobre sua vida e obra, em cartaz a partir de hoje no Clube Concórdia.
VÍDEO: Veja o trailer do curta-metragem "Frizt Müeller - O Príncipe dos Observadores"
Cerca de 20 painéis com todas as suas pesquisas científicas, realizadas no sul do país, estão reunidas na exposição, além de desenhos onde esboçava espécies que observava na mata. "Ele era um ótimo desenhista, e gostava de registrar automaticamente o que via. Também foi muito ajudado por índios, que o guiaram pela mata, que percorreu desde a Ilha de Superagüi, no Paraná, até as praias de Torres, no Rio Grande do Sul, incluindo também toda a costa catarinense", conta o organizador da mostra e diretor da Associação Pró-Memória da Imigração Germânica (Amig), Ingo Henrique Hübert.
O curta-metragem Fritz, dirigido por José Alfredo Abrão, que narra a história do biólogo, também integra a exposição, junto com vídeos explicando a Teoria da Evolução de Charles Darwin. Isso porque os dois, segundo Hübert, foram amigos e um dos trabalhos realizados por Fritz, sobre crustáceos, impressionou Darwin. "Ele [Darwin] achou o estudo fantástico. Os dois trocaram correspondências durante anos, mas nunca se encontraram". O nome da exposição, aliás, é um apelido dado por Darwin ao amigo, por conta da meticulosidade do seu trabalho.
Fritz Müeller ganhou o título de "naturalista itinerante" pelo Segundo Reinado e seus trabalhos integraram os documentos científicos produzidos no Brasil e compartilhados com outros países.
Imigração
De acordo com o diretor da Amig, além de colocar em destaque a vida de uma personalidade que é praticamente desconhecida no país, a exposição pretende mostrar que a imigração germânica e de outros locais da Europa possibilitaram a vinda de "grandes cérebros" ao país. "Essas pessoas ajudaram, entre outras coisas, com que as cidades, principalmente no sul, se desenvolvessem rapidamente."
Serviço:
Fritz Müeller O Príncipe dos Observadores. Clube Concórdia (R. Pres. Carlos Cavalcanti, 815), (41) 3222-8685. Diariamente, das 13h às 18h. Entrada franca.
