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Se há uma referência em Karl Marx, ele atende por David Harvey, geógrafo britânico que se debruça sobre a obra do intelectual e revolucionário há 40 anos. Mais especificamente, sobre o clássico O Capital. Crítico da dinâmica capitalista atual e da configuração das grandes cidades, Harvey é "pop" no Brasil: sua última visita ao país, ano passado, reuniu um público de mais de 5 mil pessoas. Ele estará hoje em Curitiba para uma série de um ciclo de conferências, batizado de A Economia Política da Urbanização. A fala, seguida por sessão de autógrafos, começa às 19 horas, no Teatro da Reitoria. A entrada é gratuita.
Além de Curitiba, a "turnê" de Harvey já passou por Brasília (último dia 14), Recife e Fortaleza (onde esteve ontem). As conferências encerram em São Paulo amanhã.
Professor emérito de antropologia da Universidade da Cidade de Nova York Cuny (EUA), Harvey aproveita o evento para lançar também o livro Para Entender O Capital: Livros II e III (Boitempo Editorial). A obra chega às livrarias junto com a "Bíblia" do geógrafo, O Capital, numa segunda edição relançada pela editora, que ganhou textos adicionais inéditos selecionados por Rubens Enderle, especialista na obra de Marx, que traduziu a obra diretamente do alemão.
Em Para Entender O Capital, Harvey conduz o leitor pela obra do marxista, buscando tornar a análise do autor mais acessível, em uma espécie de guia para leitores com pouca ou nenhuma familiaridade com o autor. Para isso, Harvey utiliza exemplos, como a recente crise econômica pela qual o capitalismo passa, para explicar a teoria marxiana seu curso sobre o livro de Marx, disponível no site da Cuny desde 2008, já teve mais de 600 mil acessos. Cidades
Além das obras já publicadas no Brasil pela Boitempo, como O Enigma do Capital (2011), Para Entender O Capital: Livro I e Os Limites do Capital (2013), trabalhos de Harvey que debatem a ocupação do espaço público, como Cidades Rebeldes (Martins Fontes) foram lançados esse ano no Brasil. Em breve, a Boitempo deve publicar 17 Contradições e o Fim do Capitalismo, até agora sem tradução no país.
