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G indica

That Lucky Old Sun

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Brian Wilson. EMI. Classificação indicativa: livre. Preço médio: R$ 39,90. Musical.

Multiinstrumentista, arranjador, produtor e compositor, Brian Wilson revolucionou a música pop moderna, ao introduzir nas canções dos Beach Boys harmonias complexas influenciadas pelo jazz e pela música erudita.

Porém, sua genialidade, combinada a doses massivas e diárias de maconha e LSD, despertaram sintomas de um transtorno esquizoafetivo (combinação de esquizofrenia e depressão), doença que até hoje o acompanha.

No ano passado, em seu oitavo álbum-solo, That Lucky Old Sun, Wilson, aos 66 anos, mostrou a todos seu novo estágio de recuperação criativa. Homônimo do mais recente disco, o DVD traz um show com as canções de That Lucky Old Sun, na íntegra, gravado em um dos auditórios da gravadora Capitol, em Los Angeles.

O lançamento também traz o excelente documentário Going Home, sobre o atual momento criativo do músico e sua relação com as paisagens californianas; além de vários extras, incluindo uma entrevista para o projeto Artist on Artist, do MySpace. (JG)

CDAstral Weeks – Live at the Hollywood Bowl

Van Morrison. EMI Music. Preço médio: R$ 29,90.

Quando decidiu interpretar ao vivo a íntegra do álbum Astral Weeks, lançado em 1969, o irlandês de Belfast Van Morrison arriscou o pescoço. Revisitar músicas próprias compostas nos anos 1960 de idade é um perigo a que poucos artistas podem se expor – uns três ou quatro, no máximo. Ouvindo Astral Weeks – Live at the Hollywood Bowl, a sensação é que o espetáculo realizado em Los Angeles supera expectativas desmedidas. Com duas faixas bônus e improvisações, o LP de 45 minutos rendeu um CD de 70. Lá pela metade do álbum, é fato que Morrison conseguiu realizar uma proeza fantástica. Assumindo a função de produtor, ele não permitiu que as canções fossem pós-produzidas. Elas aparecem no CD exatamente como foram captadas no Hollywood Bowl nos dias 7 e 8 de novembro passado, sem retoques, reforçando o clima de honestidade da performance ao vivo.

A faixa-título, que abre o show, é acachapante. Dali em diante, é difícil acreditar nos 63 anos de Morrison e nos 40 anos de suas músicas. (IN)

ExposiçãoPortinari na Coleção Castro Maya

Obras de Candido Portinari. Museu Oscar Niemeyer – MON (R. Mal. Hermes, 999), (41) 3350-4400. Terça-feira a domingo, das 10 às 18 horas. R$4 (adultos), R$2 (estudantes), livre (crianças até 12 anos, maiores de 60 e escolas públicas pré-agendadas). Até 19 de julho.

Logo de cara, ao entrar na sala Miguel Bakun (no MON), uma imagem forte, em tamanho relativamente grande (187 x 177 cm): um engraxate, batizado de O Sapateiro de Brodósqui. Um, dois, três, quatro, mais alguns passos e, já em outra divisão do espaço, e estão lá: uma série que Portinari fez, com lápis de cor, de don Quixote e Sancho Pança (imagem). Nem é preciso ter lido o clássico de Cervantes, obra fundadora do romance ocidental, para ter no imaginário as imagens do cavaleiro andante e seu escudeiro mais do que fiel: todos conhecemos Quixote e vê–lo, via traço de Portinari, é redescobrir como ele se tornou um dos grandes ícones da literatura.

Entre as obras, há ilustrações que o artista fez para livros, a exemplo de um trabalho em nanquim sobre papel para o livro O Alienista, de Machado de Assis, em 1944. Esse acervo é de propriedade do mecenas e colecionador Castro Maya (1894-1968). (MRS)

Livro 1Hollywood: A Meca do Cinema

Blaise Cendrars. José Olympio, 152 págs., R$ 27. Jornalismo e cinema.

O jornalista e crítico de arte suiço Blaise Cendrars (1887-1961) foi um intelectual exemplar da geração que viveu os anos loucos entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. Inquieto e sempre disposto a descobrir novas culturas, ele esteve algumas vezes no Brasil, onde se tornou amigo próximo dos modernistas Mário de Andrade, Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade.

Durante 15 dias, em 1936, Cendrars esteve em Hollywood, que vivia momentos de intensa efervescência. Dessa experiência nasceu este pequeno e fascinante livro, que reúne textos, entre o jornalismo literário e a crônica. A meca do cinema, mediada pelo olhar perscrutador de Cendars, ganha matizes originais. Ele fala desde a paisagem ensolarada da Califórnia até o não muito glamouroso percurso que muitos aspirantes à fama têm de trilhar . (PC)

Livro 2Pobre George

Paula Fox. Record, 272 págs., R$ 30. Romance.

O professor de inglês George Mecklin está deprimido com a falta de perspectiva na vida, com o casamento em crise e com o fato de ter se mudado de Manhattan para o subúrbio de Nova Iorque. Um dia, ao voltar para casa, encontra um invasor, um adolescente que passa o tempo entrando nas residências da vizinhança para bisbilhotar e vida alheia (sem roubar nada). Em vez de levá-lo para a polícia, como quer a mulher, ele tenta "salvá-lo", assumindo a postura de um pai. Tal decisão deve mudar a vida do protagonista por completo.

Paula Fox nasceu em 1923 e estreou na literatura nos anos 60. Pobre George é o seu primeiro romance publicado. A nova edição norte-americana, traduzida agora pela Record, inclui uma apresentação de Jonathan Lethem, autor de A Fortaleza da Solidão.

Esse bônus faz parte de um movimento de redescoberta de sua obra, reeditada sob os elogios de nomes conhecidos da nova geração. Jonathan Franzen, de As Correções, escreveu um texto apaixonado para acompanhar a nova edição de Desesperados (Companhia das Letras), segundo romance de Paula.

Além de ser a avó biológica da cantora Courtney Love (viúva de Kurt Cobain), Paula é encarada como uma escritora fundamental para a ficção dos EUA. Ela não teve o reconhecimento devido nos anos 60 e hoje desfruta da celebridade embalada pela atualidade de seus livros. (IN)

DVDSantiago

Brasil, 2007. Direção de João Moreira Salles. Videofilmes. Classificação etária: livre. Preço médio: R$ 66. Documentário.

Em 1992, o cineasta João Moreira Salles colheu depoimentos do mordomo que trabalhou na casa de sua família por mais de 30 anos, Santiago Badariotti Merlo (1912 – 1994), um homem culto e de memória prodigiosa, que guardava em seu pequeno apartamento na zona sul carioca pilhas e pilhas de páginas preenchidas com dados sobre as aristocracias de todo o mundo.

À época, o cineasta, então com 30 anos, não soube conduzir as entrevistas, deixando entrever a incômoda relação de poder entre patrão-empregado. Diante disso, por 13 anos, o filme permaneceu intocado pela incapacidade de Salles de montá-lo. Finalmente, em 2005, ele retomou às imagens, e o resultado é um belíssimo longa-metragem em que o cineasta se expõe com coragem e franqueza, em uma dura autocrítica, seja sobre a natureza de sua relação com Santiago, seja sobre suas escolhas como documentarista. Ao mesmo tempo, o filme – que vai se revelando pouco ao pouco, em uma montagem feita em camadas – discute questões instigantes como memória, identidade e o próprio documentário. (AV)

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