Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Cênicas

Três vezes paranaenses

Outras Leituras – Ciclo Paranaense leva escritos de Domingos Pellegrini, Luci Collin e Assionara Souza hoje, às 20 horas, ao Teatro da Caixa

Assionara: autora estreante de Cecília não É um Cachimbo | Divulgação
Assionara: autora estreante de Cecília não É um Cachimbo (Foto: Divulgação)
Pellegrini: o casamento de um caminhoneiro e uma dona-de-casa em

1 de 2

Pellegrini: o casamento de um caminhoneiro e uma dona-de-casa em

Luci: As ficcionais tias de Mozart ganham voz em

2 de 2

Luci: As ficcionais tias de Mozart ganham voz em

Se mantivesse o formato de um texto lido a cada primeira terça-feira do mês, o ciclo paranaense do projeto Outras Leituras acabaria o ano com apenas três autores contemplados. Não será o caso. A Paulo Leminski e Wilson Bueno, cujos Catatau e Mar Paraguayo já foram objetos de leitura, somam-se hoje os escritores Domingos Pellegrini, Luci Collin e Assionara Souza, na primeira edição tripla do evento que acontece no Teatro da Caixa, encerrando sua programação em 2008.

A breve lista de autores saiu da cabeça do poeta e curador Mário Domingues, que, desta vez, estava preocupado em estender seus convites. Optou por Pellegrini em busca de alguém de fora de Curitiba – afinal, o ciclo se pretende estadual. Luci e Assionara vieram para desfazer o monopólio masculino – sendo que, da primeira, o curador comenta: "Luci, sendo homem ou mulher, estaria em qualquer lista". Já a segunda teve a seu favor a questão geracional: "É um nome novo de qualidade desde o primeiro livro", diz Domingues.

Menos conhecida entre os três, Assionara é potiguara de Caicó, nascida em 1969, mas vive em Curitiba, onde é professora universitária. Sua obra, por enquanto, se resume a um livro de contos, Cecília não É um Cachimbo, publicado em 2005 pela editora 7Letras. Sua escrita irônica foi um dos pontos que impressionou o curador. "Outra qualidade do texto dela é a capacidade de concisão, muito rara em escritores novos. Na literatura de Nara não há uma vírgula sobrando".

Dela, o diretor Paulo Biscaia, da Cia. Vigor Mortis, selecionou o texto "Cupido" para levar ao palco. "É um conto sobre um garoto de 20 anos, travesti, que sai para a noite e leva um desconhecido para casa", resume a autora, para quem o texto tematiza "as relações entre anônimos em espaços urbanos, se estendendo para o ambiente interno da casa".

Luci Collin e Domingos Pellegrini, mais experientes – ele ganhou o Prêmio Jabuti em 1976 por sua obra de estréia, O Homem Vermelho, e quatro outras vezes – funcionam, lado a lado, como uma espécie de contraponto. "Luci pratica uma literatura que não é fácil mesmo, não é fluida. Escreve para leitores especiais", define Domingues. Já o texto de Pellegrini é marcado pela "leitura rápida, direta e coloquial".

O diretor Márcio Mattana (de Menos Emergência e Aperitivos) toma a responsabilidade pela leitura do conto "500 Cervejas", de Pellegrini – uma história sobre o casamento de um caminhoneiro com uma dona-de-casa, publicada pela primeira vez no livro As Sete Pragas.

"Desculpe o Transtorno" foi o conto escolhido por Diego Fortes, diretor da companhia A Armadilha, com a ajuda da autora Luci Collin. O texto fragmentado apresenta supostas tias de Mozart e é permeado pelo transtorno de Turette – uma desordem neurológica caracterizada por tiques involuntários e vocalizações repentinas, da qual, acredita-se, o compositor sofria.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.