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Oficina de Música

Trio de professores de Lyon se apresenta hoje, na Capela

Callier, Schweizer e Bergerard: trio formado para a Oficina | André Rodrigues/Gazeta do Povo
Callier, Schweizer e Bergerard: trio formado para a Oficina (Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo)

Três professores do renomado Conservatório de Lyon apresentam um recital de câmara na Capela Santa Maria hoje, às 20h30. Docentes estreantes na Oficina de Música de Curitiba e em primeira visita à cidade, Yannick Callier, Manuel Schweizer e Jean-Louis Bergerard se unem especialmente para o evento na pouco usual formação de violoncelo, piano e clarinete – geralmente substituído por violino nos trios mais comuns.

"É uma formação que tem uma cor muito especial. Estes instrumentos se dão muito bem juntos", explica Callier.

Do escasso repertório para a formação, o grupo francês apresenta o Trio para Piano em Si Bemol Maior, de Beethoven (1770-1827) e Trio para Clarinete, Piano e Violoncelo em Lá Menor, Op. 114, de Johannes Brahms (1833-1897).

"A maioria das pessoas que tocam em trios com clarinete e violoncelo tocam esses dois compositores. Há essas duas principais de Brahms e Beethoven, um trio de Zemlinsky [1871- 1942], e é só", explica Schweizer, sobre a escolha do repertório.

"Queríamos tocar música francesa, então acrescentamos dois duos para completar o programa – Sonata para Clarinete e Piano, de [Francis] Poulenc [1899-1963], e Sonata para Violoncelo e Piano em Ré Menor de [Claude] Debussy [1862-1918]", conta.

Programa

Os músicos destacam o contraste entre partes profundas e temas felizes do segundo para o terceiro movimento nas obras de Beethoven e Poulenc e apontam a contemporaneidade da sonata de Debussy – a última do compositor francês.

"Você encontra nesta obra todos os efeitos possíveis para violoncelo", diz Callier. "Ele compôs em 1915, e Poulanc, em 1963. Ainda assim, Debussy é muito mais moderno que Poulanc, que é bem neoclássico", explica.

Diferenças

Schweizer elogia a possibilidade de intercâmbio entre vários países na Oficina de Música e se diz surpreso com as plateias do evento. "Vejo tanta gente, e tantos concertos cheios. Eu não achava que tantas pessoas gostariam de música clássica aqui, e que iriam a três ou quatro apresentações por dia", diz o pianista, para quem a retração do público de música clássica é um fenômeno mundial.

Perguntado sobre diferenças que notou entre as plateias do Brasil e da França, Schweizer cita os aplausos a cada movimento da obra – em vez de apenas ao final, convenção que ele considera desimportante – e, sobretudo, a receptividade.

"É um público muito mais caloroso, que aplaude de pé ao fim de cada concerto", conta.

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