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A águia e a onça retiradas de logradouros curitibanos: deterioração será revertida | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
A águia e a onça retiradas de logradouros curitibanos: deterioração será revertida| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

60 obras inéditas de grande porte serão apresentadas ao público na mostra que o Museu Oscar Niemeyer sediará em 2014.

  • O ateliê onde as obras são recuperadas e fundidas

Muitas pessoas repararam no "sumiço" de esculturas de praças de Curitiba – Luar do Sertão, que retrata uma onça rugindo, situada na rótula em frente à prefeitura municipal, e a águia que fica sob a estátua de Rui Barbosa na Praça Santos Andrade – e questionaram se isso teria relação com as multidões em protesto que tomaram as ruas no último mês. Ainda que o receio tenha algum fundamento – já que pessoas foram flagradas sobre as obras de arte, que já continham pichação e buraco de pedrada – a retirada faz parte de um projeto bem maior em torno dos trabalhos deixados por João Turin (1878-1949): o restauro das peças expostas ao ar livre e retirada de moldes para preservação, além da fundição de esculturas inéditas para uma exposição.

"Estamos fazendo agora tudo que o artista sonhou em vida", emociona-se Maurício Appel, gestor do acervo adquirido em 2011 pela família Lago.

Há cerca de um ano, as obras estão num pavilhão onde recebem cuidados. Ali, os moldes em gesso estão sendo copiados em cera e fundidos em bronze, com no máximo 12 exemplares de cada, conforme a praxe internacional.

"A ideia hoje em dia é emplacar esculturas em museus, onde podem ser vistas por mais pessoas, e não apenas vender a particulares", contou Appel à Gazeta do Povo.

Uma grande exposição está prevista para julho de 2014 no Museu Oscar Niemeyer, com curadoria do crítico José Roberto Teixeira Leite, que lançará na ocasião um livro sobre o artista.

Na mostra, serão vistas pela primeira vez 60 esculturas grandes que permaneciam no gesso, como A Onça à Espreita, um monumento aos bandeirantes, o baixo-relevo Despertar e uma pietà cujo molde virá da França (feita em mármore para uma igreja da Normandia, quando o artista trabalhou na Europa).

Restauro

De locais públicos, além da águia e da onça, será retirada ainda a escultura de Tiradentes da praça que leva o seu nome. Onça Pisando na Cobra virá do zoológico do Rio de Janeiro. "Para a cidade é um presente, porque vão restaurar as obras. Em troca, irão tirar moldes para reprodução", conta a chefe do setor de conservação da prefeitura, Denise Zanini.

Outras obras serão restauradas in loco: o baixo-relevo Jesus e Apóstolos, abrigado na igreja São Pedro, no Umbará; o painel em cimento Pedagogia, que está em uma escola estadual de Paranaguá, e o baixo-relevo Colonização Alemã, localizado em Rio Negro.

Muitas outras obras idealizadas por Turin permanecerão somente na memória de quem estuda sua obra. Entre elas, diversas fontes, bancos em forma de pinhão para a Praça Tiradentes e uma porta em bronze para a Catedral retratando cenas bíblicas.

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