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Rachel McAdams deixa os papéis em comédias românticas para viver uma policial linha-dura em “True Detective”. | Divulgação
Rachel McAdams deixa os papéis em comédias românticas para viver uma policial linha-dura em “True Detective”.| Foto: Divulgação

Vi a estreia da segunda temporada de “True Detective”. O episódio se chama “O Livro Ocidental dos Mortos”. Bom, considerando o bafafá que a série causou, existe muita coisa para se falar tanto sobre a estética e o roteiro da produção quanto sobre as críticas de cultura na internet.

Tem me incomodado há um tempo o fato de que somente opiniões polarizadas conseguem chamar alguma atenção. Não importa o que as pessoas dizem, cada vez mais o público é mimado e infantilizado por programas pseudointeligentes que dão a elas exatamente o que elas esperam.

“True Detective” se tornou alvo do que, na música, é conhecida como a “síndrome do segundo álbum”.

“True Detective”

A série é exibida aos domingos pela HBO Brasil, simultaneamente com a HBO americana, às 22 horas. O segundo episódio vai ao ar no próximo fim de semana, dia 28. À medida que são exibidos, os episódios ficam disponíveis na HBO Go e na HBO On Demand.

Criada sem nenhum tipo de expectativa, a primeira temporada pegou todo mundo de surpresa. Depois dela, tudo mudou. Agora, na condição de um consumidor apaixonado de produtos culturais, o que eu realmente queria ver neste novo ano da série era a estética que marcou a primeira temporada, a atmosfera criada por ela – baseada em Louisiana, no sul dos EUA. E me senti impaciente quando descobri que os novos episódios teriam como cenário a Califórnia.

Na segunda temporada, a influência de Nic Pizzolatto, a mente por trás de “True Detective”, ainda é evidente: da música de Leonard Cohen usada na nova abertura até a fotografia, passando pelo elenco não convencional.

Os novos personagens estão mais para Rust Cohle (o detetive vivido por Matthew McConaughey no primeiro ano) do que para Marty Hard (o companheiro dele, interpretado por Woody Harrelson). Todo mundo é ferrado e todo mundo tem o rabo preso.

Consigo atestar meu desgosto com o mundo atual quando vejo o mundo virtual inteiro se apressando para crucificar a nova temporada da série depois de apenas um episódio!

Aprendi uma coisa: numa era em que as expectativas fazem mais barulho que o próprio produto que é alvo delas, ou você dá para o público exatamente o que ele quer ou é certo que você vai fracassar...

Mas qual é o objetivo de fazer arte sob encomenda?

Miguel Nicolau é ilustrador.
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