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Crítica

Últimos dias de A Feia

"As famílias felizes parecem-se todas; as famílias infelizes são infelizes cada uma à sua maneira", já afirmava Tolstói no célebre início de Anna Karênina. A descrição cai como uma luva para o núcleo central de personagens de A Feia, espetáculo de Cleide Piasecki que fica em cartaz até este domingo (dia 1.º) no Teatro José Maria Santos. Os três: Pai (com maiúscula), Mãe e Feia, são dolorosamente infelizes.

A peça é uma remontagem do espetáculo homônimo que estreou nos palcos curitibanos no Festival de Teatro de 1994 e venceu as sete categorias do Troféu Gralha Azul para os quais foi indicado, incluindo melhor espetáculo, texto e direção, ator e atriz.

Treze anos depois, A Feia abriu mão do humor negro da primeira montagem para tornar o texto ainda mais denso. A história acompanha o julgamento de um casal (Gô Küster e Raquel Rizzo), coordenado por uma mediadora (Piasecki), acusado de assassinar a própria filha (Fernando Bachstein), que nasceu com deficiências físicas.

As interpretações irrepreensíveis (cada dia é mais difícil encontrar atores maduros nos palcos curitibanos) e a cenografia correta contribuem com a densidade do texto, quebrada algumas vezes somente pela ironia da mediadora. GGG

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