
Em 1999, o designer Ricardo Macedo participou da criação do curso de artes gráficas do Cefet (atual UTFPR). "Estava preocupado em trazer o que havia de mais atual", conta. Por isso, acrescentou ao currículo acadêmico a disciplina de fotografia digital novidade na época. "Acabei me apaixonando por essa área, principalmente, a foto digital panorâmica e as tours virtuais", conta.
Mais tarde, como coordenador-adjunto do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Positivo, criou um núcleo de fotografia como terreno "para explorar ao máximo a foto em prol de uma comunicação, usando imagem de uma maneira mais interativa".
O resultado de suas pesquisas serão exibidas a partir do dia 15, na instituição onde fervilhou o modernismo: a escola Bauhaus, em Weimar, na Alemanha, uma das mais tradicionais escolas de arquitetura, design e arte do mundo.
Macedo, que já está na Alemanha desde o dia 9, exibe 11 painéis com 31 fotos panorâmicas em 360º do campus da Universidade Positivo e um painel cilíndrico com uma foto do Teatro Positivo Grande Auditório, tudo feito com a colaboração do graduando de Publicidade e Propaganda Felipe Pinheiro.
"A foto panorâmica é tão antiga quanto a fotografia tradicional, mas antes fazia-se a colagem de fotos. Com a fotografia digital, o trabalho de colagem passa a ser feito por um software, o que evita o corte seco, sem transição", explica Macedo.
O designer também vai clicar a universidade alemã para uma exposição que pretende lançar em Curitiba no próximo ano. Sua ida inclui ainda a negociação de projetos de intercâmbio entre estudantes da Universidade Positivo e da Bauhaus.
Turnês virtuais
Além da fotografia panorâmica bidimensional, Macedo cria turnês virtuais, como a mais recente, que desenvolveu para o site do Museu Oscar Niemeyer (MON), que permitem ao espectador "entrar dentro do ambiente". Além de visitar todos os espaços da instituição, é possível conferir a exposição de Tarsila do Amaral, encerrada no início de outubro. "Em um vídeo, não se pode interferir, na tour virtual é possível escolher o que se quer olhar, se ater em um detalhe específico, dar zoom, enfim, há mais interatividade", explica.
A turnê também pode ser vista em três totens com telas de toque espalhadas pelo museu. "Assim que uma exposição sai do MON, é transformada em um documento fotográfico em 3D", diz Macedo. Ele explica que há três processos possíveis: o cilíndrico, em que só é possível ver o que está em determinada faixa; o cúbico e o esférico, onde se tem a sensação de estar dentro de um cubo ou de uma esfera, respectivamente.
A turnê virtual do MON é do tipo esférica, o que permite percorrer todos os espaços, do chão ao teto. "Além de ser um registro de uma exposição que aconteceu, a tour possibilita que mais pessoas vejam a mostra além daquelas que podem estar ali presencialmente", explica o professor.
No site de Macedo (www.ricardomacedo.com.br) é possível conhecer mais detalhes sobre o funcionamento das turnês virtuais. Para assistir ao projeto realizado para o MON, acesse o site http://www.museuoscarniemeyer.org.br.




