
A partir do final desta semana os curitibanos poderão ver pela quarta vez um espetáculo do Cirque du Soleil. A companhia inicia suas apresentações na próxima sexta-feira (dia 8), dessa vez com o Corteo, que conta as lembranças de um palhaço, Mauro, que está em seu leito de morte.
Embora à primeira vista o tema pareça triste, o show é essencialmente alegre, com um cenário místico que representa ao mesmo tempo o céu e a terra. "Queremos falar sobre a vida, celebrá-la. Todos pensam que a morte é o fim, mas a melhor forma de se manter vivo é lembrar de tudo o que fizemos. Nosso show é sobre isso", explica o diretor artístico Bruce Mather.
Para transmitir ao público essa ideia, além de haver um cenário lúdico com cortinas, velas e muitos lustres os artistas não usam maquiagem, diferentemente das outras apresentações do Cirque a ideia é que as pessoas possam ver suas expressões durante os números. Outra inovação é o palco, que pela primeira vez é aberto em 360 graus. Com isso, a plateia pode assistir aos números de vários ângulos, já que o palco também se movimenta, e ainda perceber a reação das pessoas do outro lado.
Muita acrobacia
Para quem gosta de números que envolvam muita acrobacia e contorcionismo, Corteo é um prato cheio. O primeiro e um dos mais bacanas é praticamente um balé dentro de um lustre gigantesco. Depois, ao longo do espetáculo, os artistas fazem malabarismos em meio a objetos do cenário, como camas e balões.
Um dos destaques do show são os anjos um deles, inclusive, é vivido pela ginasta brasileira Camila Comin que permeiam quase todos os números. Com figurino lindo e impecável, eles representam a passagem da vida para a morte e servem para guiar os artistas durante as performances.
Para crianças
Corteo tende a agradar mais as crianças que os shows trazidos pela trupe anteriormente a Curitiba. O motivo é simples: muitas das lembranças do palhaço Mauro são de sua infância. Portanto, as cenas lidam com temáticas infantis, como cavalos, brincadeiras com bola e boneca. Inicialmente elas parecem ingênuas, mas, segundo Bruce, a proposta é resgatar um pouco dos espetáculos antigos de circo, que tinham as brincadeiras e piadas do palhaço como atração central.
O desempenho dos artistas, com movimentos difíceis, precisos e muito bem elaborados é, sem dúvida, o que faz com que o trabalho da companhia canadense fascine tanta gente pelo mundo. Mas é preciso ficar atento para perceber que esse encantamento nem sempre será provocado em cenas grandiosas.
Uma das grandes sacadas de Corteo é inserir números que requerem muita técnica em cenas mais sutis. Exemplo disso é quando se usa uma escada para que um equilibrista tente alcançar um anjo que está muito acima dele. A ideia parece simples, mas exigiu do artista anos e anos de prática, além de muita concentração.
Esta é a quinta vez que o Cirque du Soleil vem ao Brasil. Corteo estreou em março, em São Paulo, passou por Brasília e Belo Horizonte antes de chegar a Curitiba e depois segue para Rio de Janeiro e Porto Alegre.
Na capital paranaense, os espetáculos apresentados até hoje foram Alegria (2007), Quidam (2009) e Varekai (2012).
A repórter viajou a convite da Time for Fun. ****VIDEO****



