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Um filme para se ver sozinho

Ambiente do cinema, com as conversas paralelas, atrapalham Atividade Paranormal | Divulgação
Ambiente do cinema, com as conversas paralelas, atrapalham Atividade Paranormal (Foto: Divulgação)

Se a sua intenção é levar bons sustos, pura e simplesmente, não vá assistir ao Atividade Paranormal (assista ao trailer e vejas as fotos) nos cinemas. Não que isso não aconteça no filme de Oren Peli, baseado em fatos reais e produzido com apenas U$ 15 mil. A tensão é incômoda, o filme cresce a cada noite que se passa na trama, mas o fator cinema – o ambiente grande, as conversas paralelas, as luzes que não se apagam totalmente e as piadas quase impossíveis de conter – acabam por tornar Atividade Paranormal algo menor e desinteressante.

A história se passa toda dentro da casa de um jovem casal. Ele (Micah) trabalha com ações da bolsa de valores, ela (Katie) é uma universitária que, desde os oito anos, vê e sente "coisas". Descobre-se, no decorrer do filme, que a moça é perseguida por algum tipo de demônio que incomoda até mesmo um especialista em exorcismo. E não adianta o casal mudar de casa, já que a "coisa" está com ela, e não no ambiente em que vivem.

Além do baixo orçamento, semelhanças com Bruxa de Blair (1999) surgem na forma como o filme foi rodado. Apenas uma câmera semi-profissional, operada pelos dois protagonistas com o intuito de registrar alguma manifestação do que os persegue. Micah e Katie filmam tudo o tempo todo. A câmera fica ligada inclusive durante a noite. E é na madrugada que as "coisas" acontecem.

O fato de não existir algo concreto, que possa ser descrito ou palpável, contribui para o clima tenso e crescente, que adquire o ápice justamente na última cena. Mas os fatores citados acima e a incrível e incômoda chatice do personagem Micah – o motivo das piadas – pedem para que Atividade Paranormal seja visto em casa e de preferência sozinho. É estranho, mas é um filme que não funciona no cinema.

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