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Visuais

Um mergulho na abstração e na cor

Exposição Densidade e Superfície reúne obras de Ianelli, Eduardo Sued e Abraham Palatnik, além de dois trabalhos inéditos de Tomie Ohtake

Trabalho inédito da artista Tomie Ohtake, que comemora 100 anos no dia 21, estará na exposição | Reprodução
Trabalho inédito da artista Tomie Ohtake, que comemora 100 anos no dia 21, estará na exposição (Foto: Reprodução)

Cerca de 30 obras de quatro nomes fundamentais da arte brasileira – Arcangelo Ianelli (1922-2009), Eduardo Sued, Abraham Palatnik e Tomie Ohtake (que completa 100 anos no próximo dia 21) – estarão reunidas na mostra Densidade e Superfície, que abre hoje, às 20 horas, na Galeria Simões de Assis, com curadoria de Marcus Lontra. Entre as obras expostas, duas são inéditas, produzidas por Tomie este ano para a exposição (veja o serviço completo no Guia Gazeta do Povo).

Lontra, que já tem contato por muitos anos com a família Ohtake, e ajudou a levar mostras da artista para Nova York e Londres, conta que esteve no ateliê de Tomie no começo do ano e se impressionou com algumas tintas que a artista estava usando. "Ela logo me disse que eram tintas Leda Catunda. São cores completamente jovens, com verdes ácidos e azuis escandalosos. Disse para a Tomie que adoraria ver aquelas cores na exposição, e ela topou", conta o curador, que selecionou outros quadros, das décadas de 1960 e 1990, para compor um panorama amplo sobre o trabalho da artista.

Elaborar uma mostra para que o espectador deixe de lado a necessidade do "olhar apressado" foi a intenção de Lontra na hora de reunir os quatro artistas. "As obras vão conduzindo o seu olhar, pedem para que as pessoas se concentrem um pouco. A pintura tem essa coisa da presença, de olhar e descobrir", pontua.

Nomes

Lontra quis dar espaço merecido para a obra do potiguar Abraham Palatnik, considerado o percursor da arte cinética no Brasil. "Ele faz trabalhos com barbante, corda e alguns recortes de papel. É uma pintura, mas não no sentido artesanal", explica o curador, que ressalta que Palatnik foi, por muito tempo, colocado à margem do público e do mercado, e que hoje "está no palco que merece."

Já Sued trabalha com áreas de cor que sugerem uma espécie de provocação do olhar. Na sequência, Lontra apresenta os trabalhos de Tomie. Ianelli fecha a exposição com um "mergulho na cor." "A ideia é mostrar que no terreno da abstração existem percursos diferentes e igualmente importantes", frisa Lontra, que elogia a tendência de galerias com um "comportamento museológico". "É uma mostra que estaria tranquilamente em um museu. Você tira essa barreira das obras comerciais ou institucionais. Quem gosta de pintura precisa ver essa mostra."

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