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Cinema

Um novo olhar

Mostra do Cinema Espanhol Atual estréia hoje na Cinemateca e exibe cinco longas-metragens

Paulo Sérgio Pinheiro, relator especial da ONU para Mianmar | Reprodução/Unesco
Paulo Sérgio Pinheiro, relator especial da ONU para Mianmar (Foto: Reprodução/Unesco)

Para quem acha que as salas de exibição – e, de quebra, o público – são reféns do cinema norte-americano, a estréia da Mostra do Cinema Espanhol Atual soa como uma libertação (ainda que temporária).

A partir de hoje e até o próximo domingo, sempre às 20 horas, a Cinemateca de Curitiba exibe cinco filmes ligados à terra de Pedro Almodóvar, que, aliás, não faz parte da seleção. E essa talvez seja uma de suas qualidades. Optar por cineastas pouco conhecidos como Isabel Coixet (A Vida Secreta das Palavras) ou desconhecidos como Alberto Rodríguez (7 Virgens) é, de certa forma, lançar um novo olhar sobre uma cinematografia criativa e inovadora, ainda mais se o critério for a língua e não somente o país de produção.

Oferecendo entrada gratuita e legendas em português, o evento é promovido pela Embaixada da Espanha no Brasil e pela España Cooperación Cultural Exterior, com apoio da Fundação Cultural de Curitiba.

Isabel Coixet inaugura a mostra com A Vida Secreta das Palavras. Embora seja apresentado como o principal destaque da seleção – é uma estréia recente que passou por São Paulo, mas não veio para Curitiba –, curiosamente, é o único dos cinco filmes falado em outro idioma que não o espanhol, além de ser sustentado por um elenco de americanos encabeçado por Tim Robbins e Sarah Polley, esta trabalhou com Isabel em Minha Vida sem Mim (2003).

A Vida... fala sobre uma mulher solitária que aceita cuidar de um homem vítima de um acidente que o deixou cego. O convívio entre os dois acaba criando uma intimidade minada por segredos, mentiras e frustrações.

Todos os longas-metragens merecem atenção, mas, se tiver que escolher, tente ver Tapas na sexta-feira e Habana Blues no sábado, ambos de 2005. O primeiro é dirigido pela dupla Juan Cruz e José Corbacho e entrelaça cinco histórias que têm em comum o ambiente: um bairro de Barcelona.

Costurando rotinas que se passam em bares, lojas ou mercados, a narrativa fala, por exemplo, do medo que dois aposentados têm de ficar sozinhos e de adoecerem; ou aborda a paixão que uma mulher de meia idade experimenta pela internet.

Já o foco de Habana Blues, de Benito Zambrano, é a relação de dois jovens cubanos que sonham em se tornar astros da música. Tito vive com a avó, considerada uma grande dama da música. Ruy é casado e sustentado pela mulher, uma artesã com quem tem dois filhos. Ambos vivem um impasse ao receberem um convite para gravar e se apresentar fora do país, sacrificando a vida familiar e a relação com os amigos.

A programação da mostra fecha com a exibição de 7 Virgens (amanhã), de Alberto Rodríguez, sobre um adolescente preso em um reformatório que recebe licença de 48 horas para ir ao casamento do irmão, e Más Temporadas (domingo), de Manuel Martín Cuenca, acerca de três pessoas com experiências de vida distintas (um ex-piloto, um ex-prisioneiro e uma voluntária em uma ONG).

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Serviço: Mostra do Cinema Espanhol Atual. Cinemateca de Curitiba (Rua Carlos Cavalcanti, 1.174), (41) 3321-3252. A partir de hoje e até domingo, sempre às 20 horas. Entrada gratuita. Legendas em português. Na internet: www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br.

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