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Clássica

Um panorama sempre em movimento

Quinta edição do Festival Penalva homenageia o compositor, considerado um dos maiores do Paraná, e reúne amostras da música do estado

Um dos grupos participantes do festival, Madrigal Vocale foi fundado em 1982 por José Penalva (1924-2002) | Antönio More/Gazeta do Povo
Um dos grupos participantes do festival, Madrigal Vocale foi fundado em 1982 por José Penalva (1924-2002) (Foto: Antönio More/Gazeta do Povo)

Desdobramento de um concerto em homenagem ao compositor, regente e sacerdote José Penalva (1924-2002) um ano após a sua morte, em 2003, o Festival Penalva chega à sua quinta edição nesta terça-feira, 13. O evento, pela quarta vez realizado em conjunto com a Mostra de Música Paranaense, que surgiu a partir dele, segue até o próximo domingo, 18, e reúne concertos e atividades acadêmicas na Capela Santa Maria, na Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap) e na Igreja Imaculado Coração de Maria.

Além de celebrar Penalva, considerado um dos nomes mais importantes da música clássica paranaense, o festival homenageia todo ano um personagem importante deste cenário – em 2014, será a família Brandão – e revela uma amostra do panorama da cena daqui, conforme explica Elisabeth Prosser, idealizadora e diretora do evento.

"Ninguém sabe o que é a música paranaense. Todos os próximos festivais que houver vão complementar esse panorama da música paranaense, da música colonial até a atualidade. Cada edição adiciona mais alguns pedaços desse mosaico", explica Elisabeth, que é historiadora social da arte. "Estes que estão participando é uma décima parte daquilo que existe. É impossível trazer todos. Mas já é um festival grande", diz.

Os concertos da Camerata Antiqua de Curitiba, na sexta-feira e no sábado, também homenageiam os 80 anos de nascimento do compositor Henrique de Curitiba (1934-2008) e o centenário do fluminense César Guerra-Peixe (1914-1993), nome expressivo da música brasileira que era presença frequente nos festivais de música curitibanos na década de 1970.

A programação (confira no quadro ao lado) inclui desde obras representativas de Penalva, que serão apresentadas pelo grupo Madrigal Vocale, até shows de música popular, representada pelos lançamentos dos CDs Tangos, do saxofonista e contrabaixista Hélio Brandão, e Avalanche JazzFriction, da pianista Marilia Giller.

"Queremos mostrar que isso tudo é um fio de uma mesma trama", diz Elisabeth. "O foco é a música paranaense e a sua diversidade. Por isso não queremos ter um foco só. Queremos justamente mostrar, ou dar pistas desta amplitude", analisa.

Registros

Um desdobramento importante do evento tem sido acadêmico. As mesas-redondas desta edição trazem trabalhos do Grupo de Pesquisa e Estudos em Musicologia, Linha de Pesquisa Música Paranaense, da Embap, gestado no Festival. "Antes, tínhamos pesquisadores esporádicos, e agora temos um grupo tão produtivo que, só no festival, teremos 12 trabalhos, e tem muito mais sendo feito e acontecendo", conta Elisabeth.

O grupo, por sua vez, está alimentando o Acervo de Música Paranaense, em construção na Embap. "Buscamos reunir ali obras dos compositores paranaenses e todo tipo de documento", conta. "E o Festival Penalva também é todo gravado para ser disponibilizado para a pesquisa. Uma coisa alimenta a outra", diz Elisabeth.

Para Bruno Spadoni, regente do Madrigal Vocale e "discípulo" de Penalva, o Festival se alinha ao pensamento do compositor. "Ele, como um dos fundadores da Sociedade Pró-Música de Curitiba e dos festivais de música das décadas de 1960 e 1970, trabalhava neste sentido de estimular a música atual", diz o músico. "O festival representa muito a pessoa do Padre Penalva em sua intenção."

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