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Cinema

Um Renato suave e intenso ao mesmo tempo

Filme “Somos tão Jovens” mostra Renato Russo na adolescência fazendo descobertas na vida pessoal e transformando o cenário musical de Brasília, e depois do país

Todos os shows do filme foram feitos ao vivo e os próprios atores tiveram que aprender a cantar e tocar | Divulgação
Todos os shows do filme foram feitos ao vivo e os próprios atores tiveram que aprender a cantar e tocar (Foto: Divulgação)
Elenco, produção e músicos do Legião apresentaram o filme à imprensa esta semana |

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Elenco, produção e músicos do Legião apresentaram o filme à imprensa esta semana

Nicolau faz o pai Dado Villa Lobos em

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Nicolau faz o pai Dado Villa Lobos em

Laila Zaid, que interpreta uma personagem ficcional, Thiago Mendonça, que vive o protagonista, e Bianca Comparato que faz Carmem a irmã de Renato |

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Laila Zaid, que interpreta uma personagem ficcional, Thiago Mendonça, que vive o protagonista, e Bianca Comparato que faz Carmem a irmã de Renato

Não vá esperando algo acelerado, visceral no limite, bem ao estilo sexo, drogas e rock n´roll. O filme Somos tão Jovens não embarca na onda biográfica que mostra reis musicais e suas loucuras, bebedeiras e polêmicas. O longa-metragem, que estreia dia 3 de maio nos cinemas, faz um recorte da adolescência de um Renato Russo que ainda está se descobrindo e embarcando na música, a grande paixão da sua vida. "A juventude é mais visceral que a fama. Então eu acho que esse filme tem muito mais energia que qualquer outro momento da carreira que a gente quisesse mostrar. Sem contar que filmes com rock stars quebrando hotéis e enlouquecendo nós já temos. Eu não queria fazer um The Doors ou Cazuza. Esse filme eu já vi...", disse o diretor Antonio Carlos de Fontoura em entrevista à Gazeta do Povo durante a apresentação do filme à imprensa no Staybridge Itaim, em São Paulo.

Mesmo nessa levada mais suave, o filme é bastante intenso e emocionante. Grande parte dessa visceralidade garantida está nas passagens musicais da fita. O que é fácil de entender já que o diretor musical Carlos Trilha exigiu que todas as músicas fossem tocadas ao vivo e pelos próprios atores.

"A gente não precisava fingir que estava num show. A gente realmente estava em um. Era divertidíssimo e ficávamos tão empolgados que a gente continuava pulando e eles tocando mesmo quando já tinham pedido para cortar a cena. Uma festa", conta Laila Zaid que faz uma das personagens fictícias do longa.

Aliás, Aninha, a melhor amiga, cúmplice e parceira de Renato Russo é fruto da imaginação, mas ainda assim uma das boas surpresas do filme. A relação criada entre a personagem e o protagonista é tão forte na trama que faz as cenas serem extremamente convincentes e a dupla faz render uma das cenas mais emocionantes do filme.

Isso, em grande parte, deve-se ao bom trabalho de interpretação dos atores. Aliás, nesse ponto, Thiago Mendonça realmente surpreende. O receio de que poderia surgir qualquer vaga lembrança do papel feito em Dois filhos de Francisco se desfaz totalmente já nas primeiras cenas do longa.

Vê-lo cantando ainda pode soar estranho. Mas nos momentos de interpretação, o modo de falar quase pausado, os trejeitos e feições são tão parecidos com o do ídolo que chegam a assustar. "Eu assisti a muitos vídeos, entrevistas, shows e conversei muito com a família para tentar passar a essência do Renato. Ao mesmo tempo que era muito bom ter todo esse material para se basear, é uma responsabilidade muito grande pensar que o público também tem acesso a tudo isso e que as comparações são inevitáveis", disse Thiago, que mesmo depois do filme parece meio inebriado de Renato Russo por todos os poros.

O tom suave é bem-vindo no filme, mas há momentos -- como o ponto em que a preferência homossexual de Renato Russo é apontada – que pode parecer leve até demais. O encanto do cantor com o personagem ficcional Carlinhos é mostrado de forma romântica e até um pouco boba. Para Fontoura, naquela fase, o Renato ainda estava se descobrindo e por isso não havia motivos para escancarar a preferência sexual do ídolo.

Outra coisa que pode ter sido criada como uma grande sacada -- mas que definitivamente não funciona -- é uma sequência de referências musicais nas falas. Ver o personagem do Renato entrando em uma festa e dizendo "festa estranha com gente esquisita" é o tipo de referência fraca, boba e desnecessária.

A sorte é que há muito mais para se gostar e esses detalhes viram bobagens no grande todo. No fim o que se tem é uma bela amostragem da relação de Renato com a sua turma da Colina, com Brasília, com a irmã Carminha (que acompanhou todas as gravações do filme e ajudou em muitos detalhes), com a música e com a vida. Um filme que deve emocionar os fãs e fazer com que curiosos se interessem e quem sabe até se apaixonem pelo Legião.

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