
Há dez anos, quando a banda californiana Linkin Park explodiu com o álbum Hybrid Theory, uma revolução parecia estar em curso: o disco, que entrou direto para o número dois da parada da Billboard e vendeu quase cinco milhões de cópias naquele ano, ajudou a consolidar as bases do nu metal lançadas no meio da década anterior por bandas como Korn e Deftones.
Com o sucesso do Linkin Park e de grupos como Limp Bizkit, Slipknot, P.O.D., Evanescence e Incubus, entre outros, parecia que o nu metal seria o som "do futuro". Não foi. A onda passou, engolida pelo rock melódico do Coldplay e pela invasão indie de inspiração oitentista, de bandas como Franz Ferndinand e The Killers. E o nu metal acabou congelado como a música do início do século.
Porém, se você era um moleque no ano 2000 e começou a gostar de rock graças ao Korn e ao Linkin Park, provavelmente vai curtir o DVD Linkin Park in New York o registro do show que a banda fez no dia 11 de maio de 2007 (!) no Webster Hall, lançado só agora no Brasil pela Coqueiro Verde Records.
A apresentação aconteceu quatro dias antes do lançamento do terceiro álbum do grupo, Minutes to Midnight, e inaugurou a turnê respectiva. Detalhe: o sexteto lançaria outros dois álbuns depois disso, um ao vivo em 2008 (Road to Revolution Live at Milton Keynes) e um inédito, este ano (A Thousand Suns).
Ou seja, o DVD em questão se refere ao Linkin Park "antigo": das 16 músicas, cinco são do supracitado álbum de estreia ("Papercut", "One Step Closer", "Crawling", "In the End" e "Pushing me Away"); sete do segundo, o bem-sucedido Meteora ("Dont Stay", "Somewhere I Belong", "Lying from You", "Faint", "Breaking the Habit", "From the Inside" e "Numb") e apenas quatro do terceiro disco "Given up", "Bleed it Out", "What Ive Done" e "No More Sorrow".
Até aí, tudo bem. Os maiores sucessos da banda estão lá. Mesmo assim, o show no Webster Hall parece um pouco... chocho. Não por culpa dos músicos, que se esforçam e exibem entrosamento e competência. Talvez o problema seja o local escolhido para a gravação do DVD.
Em 2007, o Linkin Park já era uma banda grande o suficiente para tocar em lugares muito maiores estádios, por exemplo. Por isso é estranho vê-los no pequeno palco de uma casa noturna, que parece ser menor que o nosso Curitiba Master Hall. Mas o pior é o público, que não delira como o esperado. Parece que o show só engrena mesmo a partir da 11.ª música, "Breaking the Habit".
Os pontos fortes do vídeo são a duração (70 minutos, sem enrolação) e as legendas (em inglês nas músicas e em português nas falas). O ponto fraco, como de praxe na Coqueiro Verde Records, é a ausência de extras. Ainda assim, funciona para matar a saudade dos bons tempos do nu metal.



