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Qualquer semelhança entre ficção e realidade não é mera coincidência. Há um ano e meio, às vésperas da chegada de 2005, um sismo geológico no Oceano Índico causou uma das maiores tragédias naturais das quais se tem notícia. Ondas gigantescas, resultantes do abalo, mataram milhares de pessoas nas costas da Indonésia, Tailândia, Índia e Sri Lanka, entre outros países da região.

Como Hollywood não dorme no ponto, era apenas uma questão de tempo até que o assunto virasse filme. E isso aconteceu, ainda que de forma mais sutil, mais rápido que se esperava. A trama de Poseidon, superprodução de US$ 160 milhões que estréia sexta-feira em circuito nacional, tem muito a ver com os acontecimentos de dezembro de 2004.

Um tsunami faz com que um luxuoso transatlântico, chamado Poseidon, tombe e fique de cabeça para baixo em alto-mar. Poucos são os sobreviventes, que precisam se unir para encontrar uma forma de resistir até que chegue o socorro.

O capitão Michael Bradford (Andre Braugher) sugere que todos aguardem por socorro no local em que estão, mas John Dylan (Josh Lucas, de Doce Lar), um jogador profissional, prefere buscar um lugar que lhe dê maior segurança. A atitude de Dylan atrai outros sobreviventes, que decidem segui-lo. Entre eles está Robert Ramsey (Kurt Russell, de Fuga de Nova Iorque), desesperado por não conseguir encontrar sua filha, Jennifer (Emmy Rossum, estrela de O Fantasma da Ópera), e o noivo dela, Christian (Mike Vogel). Também se juntam a eles Maggie James (Jacinda Barrett, de O Diário de Bridget Jones 2) e seu filho Conor (Jimmy Bennett), a passageira clandestina Elena Gonzalez (Mia Maestro, a atriz argentina de Diários de Motocicleta) e Richard Nelson (Richard Dreyfuss, vencedor de um Oscar por A Garota do Adeus), um homem que embarcou no navio em dúvida se queria viver.

Desesperados por encontrar uma saída, o grupo se embrenha no aço retorcido enquanto o navio cada vez mais vai se enchendo de água e afundando.

Para as novas gerações, o enredo descrito acima pode soar eletrizante e até certo ponto original. Mas quem tiver mais de 30 anos, certamente terá uma sensação de déja vu. O filme, dirigido por Wolfgang Petersen, que adora filmes de mar (vide Das Boot e Mar em Fúria), é uma refilmagem de O Destino do Poseidon, filme que inaugurou nos anos 70 um ciclo de produções envolvendo catástrofes naturais, como Terremoto, com Charlton Heston e Ava Gardner, ou produzidas pelo homem, a exemplo de Inferno na Torre, cujo elenco é encabeçado por Paul Newman, Faye Dunaway e Steve McQueen, superstars à época.

Lançado em 1972, O Destino do Poseidon fez enorme sucesso de bilheteria e foi indicado a oito Oscars, ganhando uma estatueta (de melhor canção, por "The Morning After"), além de ter recebido um prêmio especial por conta de seus efeitos visuais, impressionantes para os padrões dos anos 70. O êxito foi tamanho que, apenas dois anos mais tarde, Inferno na Torre, também produzido por Irwin Allen, conseguiu uma supreendente indicação na categoria principal, de melhor filme, algo improvável para um filme a respeito de um incêndio.

O Destino do Poseidon, a exemplo de sua nova encarnação, também reunia um grande elenco, com destaque para Gene Hackman (de Os Imperdoáveis), Ernest Bornigne (Marty) e Shelley Winters (Um Lugar ao Sol), indicada pela Academia de Hollywood na categoria de atriz coadjuvante.

A julgar pela bilheteria acanhada de Poseidon no mercado americano (até agora fez pouco mais de US$ 55 milhões), espera-se que o filme recupere seu orçamento milionário ao redor do mundo.

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