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drama histórico

Uma brava e longa luta pela liberdade

12 Anos de Escravidão, que estreia hoje nos cinemas, retrata uma história real de maneira comovente e convincente, mas com pouca ousadia

Solomon (à dir.), com o cruel Sr. Epps e com Patsy (Lupita Nyong’o): crueldade escancarada | Divulgação
Solomon (à dir.), com o cruel Sr. Epps e com Patsy (Lupita Nyong’o): crueldade escancarada (Foto: Divulgação)

Muitos elementos em 12 Anos de Escravidão, um dos filmes favoritos ao Oscar que estreia hoje nos cinemas, nos levam a crer que, de fato, é possível que o longa-metragem conquiste a esperada estatueta de melhor filme. Além dos prêmios que já ganhou (como o Bafta de melhor filme), a temática relevante, algo que costuma agradar à Academia, é o seu principal trunfo. A trama, baseada em fatos reais e em livro homônimo, conta a história de Solomon Northup (interpretado pelo ator inglês Chiwetel Ejiofor), um talentoso violonista negro que vivia em Nova York, nos Estados Unidos ­pré-Guerra Civil.

Homem livre e culto, tinha família perfeita, emprego e sonhos que foram destruídos em uma noite em que é enganado, sequestrado e vendido como escravo. Dopado, acorda acorrentado dentro de um navio.

Do dia para a noite, Solomon se transforma no escravo Platt, e as circunstâncias o levam a concluir que é preciso assumir a nova identidade para poder sobreviver às atrocidades da escravidão. É vendido para um patrão razoavelmente generoso, que descobre que Solomon toca violino, e o presenteia com o instrumento. O ato é um detalhe, mas é decisivo, já que a música traz um alento quando ele está prestes a desistir.

Depois de desentendimentos com um capataz branco, Solomon é enviado para outra propriedade, de Edwin Epps (Michael Fassbender, em ótima atuação), conhecido pela crueldade. Lá, Platt vira uma espécie de protetor da jovem Patsey (a novata e muito elogiada Lupita Nyong’o), que é constantemente castigada, apesar da paixão do patrão por ela.

A partir daí, o personagem começa a trilhar a sua jornada de um típico herói norte-americano, com uma retidão incorrigível. Junto com a temática comovente (mas não sentimentalista), a fórmula é perfeita, mas um tanto linear demais para um diretor como Steve McQueen, que, antes de 12 Anos... dirigiu o ousado Shame (2012).

Final "feliz"

Um papel pequeno, feito por Brad Pitt, permite que Solomon conte sua incrível história para alguém que de fato o ajudará. Antes de conhecer o abolicionista Bass, Solomon tenta enviar uma carta com a ajuda de um funcionário branco da fazenda. Apesar da competência de Pitt, o personagem não convence tanto quanto deveria, mas ajuda a fechar a trama. O papel de Pitt é mais relevante fora das telas, já que o ator também produz o filme, e pode contribuir para que a produção tenha sucesso na premiação máxima, que acontece no mês que vem. GGG

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