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Clássico

Uma mistura que dá certo

Adaptação do drama histórico do inglês William Shakespeare traz marcas regionais e contemporâneas

Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare: marcas regionalistas e referências contemporâneas | Pablo Pinheiro/Divulgação
Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare: marcas regionalistas e referências contemporâneas (Foto: Pablo Pinheiro/Divulgação)

O Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare, da Natal, inaugura o Festival de Curitiba no dia do aniversário da capital paranaense com uma peça baseada no drama histórico shakespeariano Ricardo III. Com direção e concepção do mineiro Gabriel Villela, o espetáculo Sua Incelença, Ricardo III mistura Shakespeare, técnica clown, o rock da banda britânica Queen e as chamadas "incelenças", músicas fúnebres nordestinas.

O texto, vindo de uma Inglaterra elisabetana, repleto de mortes, sangue e tragédia, é transportado para as ruas – a peça será apresentada no Largo da Ordem – e enriquecido com elementos encontrados pelo grupo durante o processo de criação: linguagem de picadeiro, trilha sonora atual e cultura popular mineira.

Fernando Yamamoto, assistente de direção da peça, conta que o diretor, Gabriel Villela, inseriu o rock britânico na montagem como uma referência contemporânea ao país de onde veio o texto. Já os responsáveis pela direção musical da peça, os integrantes Marco França, Ernani Maletta e Babaya incorporaram as "incelenças" ao espetáculo para reforçar as marcas regionalistas de Natal.

"A peça é uma grande matança, então era adequado colocar as canções fúnebres, as ‘incelenças’", explica Yamamoto. Dessa forma, o grupo trata a universalidade da obra de Shakespeare em outro tempo e espaço. Ainda assim, despertando a atenção de quem assiste ao espetáculo. "Quando fizemos uma pré-estreia no interior de Natal, um feirante disse que a peça era muito familiar a ele. Porque a vida dele é assim: em um dia a pessoa te abraça e no outro, te mata", conta.

Os figurinos, feitos a partir de elementos europeus e brasileiros, fo­ram elaborados no primeiro dia de ensaio, antes mesmo das mú­sicas e da adaptação do texto. Uma característica típica de Villela, que pensa os aspectos plásticos de suas montagens antes da conceituação. Por que vale a pena assistir a Sua Incelença, Ricardo III? Yamamoto explica: "É um espetáculo que traz uma mistura muito inusitada e harmoniosa de elementos. Junta Inglaterra, Natal e Minas".

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Serviço:

Sua Incelença, Ricardo III.

Bebedouro do Largo da Ordem.

Dias 29 e 30 de março, às 19 horas. Entrada franca.

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