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Show

Uma voz, um violão e muito silêncio

Segunda edição da turnê Invasão Sueca traz o cantor e violonista José González

Quem tiver a intenção de curtir esta véspera de feriado conversando com os amigos no bar Era Só o Que Faltava, já pode ir arranjando outros planos. Pelo menos até a meia-noite, horário em que o show do cantor, compositor e violonista sueco José González (o sobrenome vem dos pais argentinos) já deverá estar perto do encerramento. Isso porque, devido às altas doses de introspecção e delicadeza, suas canções exigem o mais absoluto silêncio e a mais apurada sensibilidade para serem apreciadas e compreendidas como merecem.

Um dos novos e mais surpreendentes talentos da nova safra de música pop, folk e eletrônica que vem proliferando na Suécia nos últimos anos (mais especificamente em Gotemburgo, segunda maior cidade do país, após Estocolmo), González se apresenta em Curitiba hoje à noite graças à empreitada Invasão Sueca – turnê promovida pelo coletivo recifense Coquetel Molotov, que trouxe, no final do ano passado, outros três nomes importantes da mesma cena: a banda Hell on Wheels (que já havia se apresentado por aqui em 2004, abrindo o show dos escoceses do Teenage Fanclub, na segunda edição do finado Curitiba Rock Festival), o projeto-solo El Perro del Mar, da adorável Sarah Assbring; e o cantor folk (e símbolo sexual sueco) Jens Lekman.

Discípulo fiel do inglês Nick Drake (ícone do folk-rock britânico, morto em 1974 por uma overdose de antidepressivos, após deixar uma breve discografia composta por três obras-primas), González lançou seu primeiro álbum, o independente Veneer, em 2003, apenas no Reino Unido.

Formado por 11 canções totalmente acústicas, nas quais, além do lirismo e melancolia herdadas dos universos de Drake e Elliott Smith (cantor e compositor norte-americano do chamado indie-folk, morto em 2003), figuravam ainda referências à bossa nova e à mais atual música eletrônica sueca, representada pela versão folk da excelente "Heartbeats", canção do duo de Estocolmo, The Knife. A originalidade da versão chamou a atenção da Sony, que usou a releitura como trilha sonora do comercial de um televisor lançado pela empresa japonesa. Em 2005, Veneer foi lançado nos EUA e González logo atingiu status de celebridade na cena indie mundial, com a inclusão da faixa "Crosses" em um dos episódios do seriado The O.C. (no Brasil exibido na tevê paga pelo Warner Channel). "No início era algo mais restrito à Europa mesmo, mas hoje é possível dizer que é universal", analisa o tímido cantor, em entrevista concedida por telefone ao Caderno G, comentando a crescente apreciação ao estilo de sua música.

Acompanhado apenas de seu violão e sua voz suave, González apresenta logo mais, além das canções de Veneer, cerca de quatro canções de seu mais novo disco, In Our Nature, que tem lançamento previsto para este ano. "Eu venho testando as músicas novas nos shows. Acho que ambos os álbuns são bem parecidos, mas agora venho usando um pouco mais de guitarras e percussão. Quanto às músicas, penso que são mais reais em certo sentido. As faixas de Veneer eram como esboços de canções. Já as de In Our Nature estão mais nítidas, mais extensas", adianta.

Serviço: 2.ª edição da turnê Invasão Sueca – show com José González. Era Só o Que Faltava (Av. República Argentina, 1.334). Hoje, às 22 horas. R$ 20 e R$ 15 (duzentos primeiros convites). Mais informações pelo telefone (41) 3342-0826.

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