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Carnaval

Unidos da Tijuca leva título no Rio

Escola conquistou o seu terceiro título com samba-enredo que homenageou o centenário do compositor nordestino Luiz Gonzaga

Além das referências a Luiz Gonzaga, a escola lembrou Mestre Vitalino, com um carro cheio de bonecos idênticos aos feitos pelo mestre do barro | Nacho Doce/Reuters
Além das referências a Luiz Gonzaga, a escola lembrou Mestre Vitalino, com um carro cheio de bonecos idênticos aos feitos pelo mestre do barro (Foto: Nacho Doce/Reuters)
Festas juninas do Nordeste também foram retratadas pela agremiação campeã do carnaval carioca |

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Festas juninas do Nordeste também foram retratadas pela agremiação campeã do carnaval carioca

Com um enredo em homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga, a Unidos da Tijuca superou as favoritas e conquistou pela terceira vez o título do carnaval carioca. A agremiação do Morro do Borel, da zona norte do Rio, a que mais gastou esse ano – cerca de R$ 10 milhões –, somou 299,9 pontos e deixou para trás, pela ordem, Salgueiro, Vila Isabel, Beija-Flor, Grande Rio e Portela. As seis voltam à Sapucaí no sábado, para o desfile das campeãs.

Os jurados foram implacáveis com a Renascer, estreante em 2012 no Grupo Especial, que demonstrou estar aquém da elite, e com a Porto da Pedra, do bizarro enredo do iogurte. Ambas foram rebaixadas para o Grupo de Acesso A. A São Clemente, que fez um desfile surpreendente sobre espetáculos musicais e acabou em 11.º lugar, festejou como se fosse a campeã o fato de não ter caído.

A Unidos da Tijuca ganhou seu primeiro campeonato em 1936. Amargou um hiato de 74 anos sem título, até nova vitória em 2010, já sob a coordenação do carnavalesco Paulo Barros. Se seu enredo era tradicional – os desfiles biográficos já renderam campeonatos a escolas como Beija-Flor e Mangueira –, seu desenvolvimento não foi.

Barros imaginou a coroação do "Rei Luiz do Sertão", para a qual foram convidados Xuxa, Pelé, Roberto Carlos, a Rainha Elizabeth e outros "monarcas". Todos em­­barcaram numa "viagem arretada" pelo Nordeste que consagrou Gonzagão. Os destaques foram os carros que representavam os bo­­necos de Mestre Vitalino, perfeito até no cheiro de barro, e o da "Asa Branca", em que pássaros-humanos faziam um voo de movimentos perfeitos. Além da comissão de frente, cujos integrantes se transformavam em sanfonas.

A Tijuca chegou quase desacreditada à avenida: tudo porque Barros é conhecido pelos enredos abstratos – foi campeão em 2010 com o desfile "É Segredo!", arrebatador – e não teria ficado satisfeito em falar de Gonzagão, segundo se comentava nos bastidores da Cidade do Samba.

"Foi bom para o Paulo, porque ele é conhecido como o `carnavalesco hi tech’, e mostrou que pode fazer qualquer coisa", celebrou o presidente, Fernando Horta, fã de Gonzagão. "Eu sempre aceitei o que ele quis, agora ele teve de fazer o que eu queria". Ele foi parabenizado por Eduardo Campos, governador de Pernambuco, estado do homenageado, assim que saiu o resultado. Segundo Horta, o governo não patrocinou a Tijuca, mas ajudou na captação de recursos com empresas locais, o que cobriu quase metade dos custos com o desfile.

Presente de grego

Muito badalada por causa de uma inovação da bateria, que fez prolongadas paradinhas, a Man­gueira chegou em sétimo lugar e nem sequer vai participar da festa de sábado. A bateria conseguiu três notas dez, mas a escola perdeu pontos em oito dos dez quesitos.

A diretoria da Verde e Rosa estava tão confiante que puxou o samba-enredo antes mesmo da leitura das notas. Calou-se já no primeiro quesito, mestre-sala e porta-bandeira, em que levou 9,6, 9,7 e 9,9. "Seria ótimo se o campeonato coroasse a ousadia", lamentou o presidente, Ivo Mei­relles, que ganhou um presente de grego em seu aniversário de 50 anos: pela primeira vez desde 2008, a escola não volta a desfilar no sábado.

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