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Animação

Universidade Monstros subverte expectativas

Filme que conta as origens dos personagens de Monstros S.A. questiona a ideia de que basta esforço para alcançar o que se almeja

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(Foto: Divulgação)

O grande barato de Monstros S.A. (2001), um dos melhores filmes produzidos pelo estúdio de animação Pixar, foi fazer com que o público parasse para refletir sobre o que existe por trás do medo. Ao mostrar que também pode ser frágil e vulnerável o que habita do outro lado da porta que separa o mundo real do imaginário, a produção marcou um golaço. Uma continuação, portanto, era inevitável (veja o serviço completo no Guia Gazeta do Povo).

Acontece que Universidade Monstros não é uma sequência, mas uma prequel, resgatando a juventude dos dois personagens centrais de Monstros S. A., que venceu o Oscar canção original (2001), mas perdeu o de melhor longa de animação para o Shrek original, que levou a primeira estatueta dada nessa categoria na história do prêmio.

O novo filme reencontra o pequeno Mike, verde e com apenas um olho gigantesco, quando ainda é uma criança solitária, sem amigos na escola e com dificuldade para encontrar seu lugar no mundo

Quando faz uma visita à Monstros S. A., grande empresa que explora a atividade do susto, a criatura se encanta e decide que tocar o terror no mundo dos humanos é o que deseja fazer quando crescer. Já adolescente, quando ingressa na universidade, Michael decide ser "assustador" -- cuja especialidade é pregar sustos em meninos e meninas. Os gritos da criançada são mantidos em cilindros e utilizados como "combustível" para a companhia.

É na escola que Mike vai conhecer seu grande parceiro, Sullivan, que lhe serve de contraponto: é enorme, peludo e integrante de um clã tradicional de seres que causam terror nas criancinhas. Só que, no fundo, o amigo é um poço de inseguranças, já que teme não corresponder às expectativas que o sobrenome ilustre provoca.

Escrito pela mesma dupla de roteiristas do filme original, Robert L. Baird e Daniel Gerson, Universidade Monstros tem direção de Dan Scanlon, que entrou no lugar da trinca de diretores do longa inaugural.

As criaturas bizarras, não exatamente apavorantes, mas sempre divertidas, continuam presentes nesse novo episódio. E a trama não escapa do tom edificante recorrente em produções do gênero. O interessante é que, lá pelas tantas, quando a saga de Mike e Sullivan parece destinada a um desfecho heroico, redentor e previsível, no qual eles conseguirão superar os próprios medos e sair triunfantes, o roteiro tem uma bem-vinda reviravolta, que surpreende e faz o público, criança ou não, parar para pensar.

Embora falte a Universidade Monstros a inventividade e o fator-surpresa do primeiro filme, ao confrontar a dupla de protagonistas com seus fantasmas e (algumas insuperáveis) limitações, o filme marca outro gol e resulta melhor, e mais relevante, do que aparenta. GGG1/2

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