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Acostumada a viver mulheres sedutoras no teatro (vide as peças "Gata em teto de zinco quente" e "A primeira noite de um homem"), Vera Fischer surge bem diferente em "Porcelana Fina", comédia do francês George Feydeau que se passa no início do século XX e que estréia nesta sexta-feira no Teatro Leblon, no Rio de Janeiro. A dona-de-casa Júlia não explora a sensualidade, não tem glamour algum e aparece no palco bem desleixada e bronca.

- Júlia é um tipo de mulher que eu nunca interpretei na minha carreira, e isso me estimula. Gosto de desafios. A Júlia é uma louca que só ama o filho. É essa diversidade que busco. Fujo da caretice - explica Vera, que vai atuar mais uma vez ao lado do ex-marido Perry Salles.

Apesar de exalar sensualidade e glamour, Vera garante ter semelhanças com a personagem da peça dirigida por Antonio Pedro e nunca antes montada no Brasil.

- Eu não sei se isso é qualidade ou defeito, mas digo a verdade. E esse personagem faz a mesma coisa. Ela diz a verdade, doa a quem doer - revela a musa, que fez um aplique de cabelos longos e encaracolados para interpretar a personagem.

A mudança visual, aliás, foi a única preparação de Vera para o espetáculo.

- Não faço pesquisa, elaboração do personagem, nada disso. Nunca estudei arte dramática. Acho que quem tem talento, tem e pronto. Não é algo que se ensine. O que você precisa ter é cultura. Tenho cultura teatral. Costumo dizer que a gente vive os personagens. Cada dia que passa eu procuro novos elementos para a Júlia, descubro novos gestos e maneiras de me posicionar diante da platéia - revela.

A comédia "Porcelana Fina" conta as dificuldades de um pai de família, Sebastião Folavena (Perry Salles), às voltas com as vendas de sua fina porcelana. Enquanto isso, a grande preocupação de sua linda mulher, Júlia (Vera Fischer) é unicamente conseguir dar laxante ao filho pequeno (interpretado pela atriz Maira Kestenberg), com suposta prisão de ventre. Eles vivem às turras.

- Não poderia ter sido mais feliz a dupla Vera Fischer e Perry Salles escolhendo George Feydeau para sua temporada de comédia - disse João Bethencourt, tradutor do texto.

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