
Começam a ser vendidos hoje os ingressos para a apresentação da cantora e compositora Verônica Ferriani na série Samba de Bamba, que acontece na terça-feira, no Teatro da Caixa.
A paulista é uma das intérpretes mais interessantes que surgiram no cenário brasileiro nos últimos anos. Sua estreia em disco aconteceu em 2009, com um álbum homônimo, depois de temporadas em redutos do samba em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde abriu shows para bambas como Luiz Carlos da Vila e Nelson Sargento. Também em 2009, fez um disco em parceria com o violonista e compositor Chico Saraiva (Sobre Palavras). No ano passado, lançou seu segundo disco, Porque a Boca Fala Aquilo do Que o Coração Tá Cheio, focado em composições próprias e voltado para uma sonoridade mais pop e experimental.
Inédito, o show que Verônica apresenta nesta terça reúne todas estas referências e aponta para um novo projeto. A ideia, conforme explica a artista, é reunir compositores de sua geração e medalhões do samba, lançando mão da mesma liberdade estética que marcou seus discos, ao mesmo tempo em que resgata elementos do samba tradicional, como prato e faca e agogô.
"Estamos levando essa instrumentação junto com repique de mão, pandeiro e bateria, nossa formação percussiva. Mas também com a possibilidade de entrar uma guitarra, um cavaco com distorção", explica Verônica, em entrevista para a Gazeta do Povo. "Essa liberdade sonora tem a ver com o repertório que a gente escolheu, que concilia tanto Nelson Cavaquinho e João Nogueira como Criolo e Rodrigo Campos", diz.
Além de Rodrigo Campos, que faz a direção do show e toca guitarra e cavaquinho, a cantora divide o palco com Edy Trombone, Pimpa (bateria e percussão) e Gian Correa (violão 7 cordas).
Campos, também cantor e compositor, é um dos nomes do circuito musical de Verônica presentes no repertório, ao lado de Rômulo Fróes, Nuno Ramos, Kiko Dinucci, Douglas Germano e Luisa Maita todos da cena alternativa paulistana.
"Esse pessoal da nossa galerinha aqui que tem feito músicas muito bonitas, interessantes, e que são sambas", explica Verônica. "A ideia é juntar e contextualizar, até para dar a mesma importância para essa nova geração, que realmente tem feito coisas relevantes", diz.
Para Verônica, esta turma viveu uma relação especial com o samba. "Quando começamos, há cerca de dez anos, o samba estava explodindo na Lapa e na Vila Madalena. Ele nunca morre, mas estava em um momento de muita força e contundência. Aquilo nos pegou, faz parte de nossa história. E veio a vontade de juntar essa referência com canções próprias, sonoridades, experimentações. Essa geração é muito um resultado dessa junção com o samba", diz a cantora. "O que quero levar [para este show] é esse resultado, o samba em andamento, a continuidade."



