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cinema

Vigoroso como nos livros

Robert Downey Jr. dá vida a um Sherlock Holmes que, como nas histórias originais, usa as células cinzentas e a ótima forma física para elucidar casos escabrosos no longa-metragem dirigido pelo inglês Guy Ritchie

Downey Jr. revela a faceta pouco conhecida de exímio lutador de Sherlock Holmes | Divulgação
Downey Jr. revela a faceta pouco conhecida de exímio lutador de Sherlock Holmes (Foto: Divulgação)

"Elementar, meu caro Watson". A famosa frase não é dita em nenhum momento em Sherlock Holmes (assista ao trailer e veja as fotos), nova produção do inglês Guy Ritchie, que tem como protagonista o detetive Sherlock Holmes. A narrativa é desprovida dos clichês que povoam o imaginário sobre o mais famoso personagem de Sir Arthur Conan Doyle e não foge ao ritmo rápido e com recursos estilísticos modernosos das produções anteriores do diretor – Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes e Snatch – Porcos e Diamantes são as mais co­­nhecidas. Mas vai agradar inclusive os leitores da obra policial que viram Sherlock Holmes ser transformado, em adaptações mais an­­tigas para o cinema, em um aristocrata de casaco de tweed, boné de caçador e capa, adepto unicamente do intelecto para elucidar seus casos.

O Holmes protagonizado por um sempre ótimo Robert Downey Jr., em perfeita forma física, pode não parecer à primeira vista, mas é o mais fiel ao personagem das histórias de Conan Doyle. Em Um Estudo em Vermelho, o Dr. John Watson (vivido por Jude Law, que desfaz o estigma do escudeiro sem graça e bonachão) descreve Hol­­mes, que acaba de conhecer e com quem dividirá apartamento, como um homem de 27 anos, magro, de hábitos reservados, por vezes deprimido, grande violinista e viciado em cocaína. Quando ne­­cessário, unia seus profundos co­­nhecimentos de química e capacidade lógica e dedutiva ao talento como boxeador e esgrimista.

Guy Ritchie imprime no filme sua marca criando diálogos que deliciam pelo peculiar humor inglês em uma trama de ação intensa ao modo hollywoodiano – que por vezes, peca justamente por explicar demais e seguir à risca a típica curva dramática dos filmes norte-americanos.

Sherlock Holmes tem início com a dupla de heróis chegando a tempo para salvar uma das vítimas de uma série de assassinatos relacionados a um ritual, perpetrados por Lorde Blackwood (Mark Strong). Pouco antes de ser enforcado, o vilão anuncia ao detetive que mais pessoas irão morrer e, dias depois, é visto saindo do túmulo, causando pânico e confundindo a Scotland Yard. Holmes e seu fiel amigo, prestes a se casar (para desespero do detetive, cujo ciúmes deixa entrever, para alguns, uma possível homossexualidade) devem correr contra o tempo para solucionar o caso, que terá como um dos obstáculos a ardilosa Irene Adler (Rachel McAdams), uma mal-resolvida paixão de Holmes.

Dão charme à trama a música de inspiração irlandesa, o belíssimo figurino que aboliu o já batido xadrez e um cenário em sépia que reproduz a Londres daquele período.

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