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Novela

Vilões serão punidos no final

Insensato Coração, do autor Gilberto Braga, termina amanhã, com a garantia de que a justiça vai prevalecer

Léo (Gabriel Braga Nunes) e Norma (Glória Pires) se alternaram no papel de vítima e algoz | Fotos: Divulgação
Léo (Gabriel Braga Nunes) e Norma (Glória Pires) se alternaram no papel de vítima e algoz (Foto: Fotos: Divulgação)
Marina (Paola Oliveira) e Pedro (Eriberto Leão) serão redimidos |

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Marina (Paola Oliveira) e Pedro (Eriberto Leão) serão redimidos

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A novela das 21 horas, Insensato Coração, chega ao fim amanhã na RPC TV e, pelo que indicam os autores Gilberto Braga e Ricardo Linhares, a justiça prevalecerá. Trata-se de uma mudança radical em relação a tramas anteriores de Braga, em que muitos dos criminosos acabavam impunes. Prisões, morte e finais felizes movimentam a trama nesses últimos capítulos.

Os autores garantem que todos os inimigos de Léo (Gabriel Braga Nunes), que agia movido por uma forte inveja de seu irmão Pedro (Eriberto Leão), sentirão o gostinho da vingança. "Ele deixou rastros por excesso de segurança. A relação incestuosa com a mãe, com efeito, o humaniza um pouco. Mas ele é o retrato perfeito do psicopata", defende Braga. Léo não será o único a ter o seu castigo. "Os vilões serão punidos. A novela tem grande importância social, não pode compactuar com desvios de ética", diz Linhares, coautor da trama.

Com média de audiência próxima dos 36 pontos, Insensato Coração superou a sua antecessora (Passione, 2009), que fechou com 35,3. Mas ficou bem abaixo das novelas anteriores de Gilberto Braga – Paraíso Tropical (2007) registrou média de 43,8 pontos, Celebridade (2003-2004) marcou 46 e Pátria Minha (1994-1995), 43 pontos.

Muito da retomada de Insensato Coração se deve ao momento em que Norma (Glória Pires) deu início à sua vingança, desviando o foco de Marina (Paola Oliveira) e Pedro. "O casal é fundamental no equilíbrio dramático de um folhetim. Mas vilões costumam fascinar o público. Eles agem, enquanto os mocinhos reagem", diz Linhares.

Norma chegou até a confundir o público. "Ela foi uma vilã, mas bastante light", defende Braga. Mesmo morta, no entanto, Norma seguirá no comando. "O destino de Léo está totalmente nas suas mãos. E ele leva um tremendo choque ao perceber isso", completa Linhares. "Ela e Léo se alternavam no papel de vítima e de carrasco, o que acabou por levá-la ao final trágico."

E tudo indica que o destino de Léo não será diferente. Preso, ele deverá ser morto a mando de Cortez (Herson Capri) – que terá voltado para a cadeia.

Tempos passados

É um desfecho bem diferente do de Vale Tudo, a trama mais bem-sucedida de Gilberto Braga: na história que foi ao ar em 1988 – recém-reprisada pelo Canal Viva –, a impunidade do mundo real contagiou a novela: com exceção de Odete Roitman (Beatriz Segall), que foi assassinada por Leila (Cássia Kiss), todos os outros vilões graúdos se safaram: Maria de Fátima (Glória Pires) entrou num casamento de fachada com um aristocrata italiano, e Marco Aurélio (Reginaldo Faria) fugiu do país depois de dar um desfalque na TCA, dando a sua famosa "banana" de dentro do jatinho.

Para o especialista em novelas Mauro Alencar, integrante da Academia de Artes e Ciências da Televisão de Nova York e doutor em Teledramaturgia Brasileira e Latino-Americana pela USP, o final redentor de Insensato Coração não significa uma submissão ao politicamente correto: "Não vejo desta maneira. Acredito, sim, que o Brasil está melhor em comparação aos sistemas social, político e econômico que vigoravam em fins da década de 1980", observa. "Não vivemos mais nos tempos do ‘vale tudo’. Há uma preocupação muito maior com a ética, em desnudar os crimes financeiros que tanto danificam a sociedade brasileira desde a época da colonização."

Mesmo assim, Alencar consegue ver um paralelo entre Insensato Coração e Vale Tudo: "Gilberto Braga (agora, ao lado de Ricardo Linhares) segue retratando com seu olhar arguto e incisivo os desníveis sociais, os crimes financeiros cometidos pelos poderosos, o desejo de ascensão das classes mais baixas num ‘paraíso tropical’ chamado Brasil".

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Interatividade

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