Chega de povo no BBB! Em sua sétima edição, o reality show mais famoso do Brasil aboliu de vez o sorteio de participantes. Ou seja: nada de trabalhadores braçais, donas de casa ou rechonchudos brigando pelo prêmio de R$ 1 milhão. Quem não for sarado e descolado, que procure o caminho da roça. Ou dê um depoimento antes dos créditos finais de Páginas da Vida, que é o lugar de gente feia e comum.
Se o Big Brother Brasil perdeu sua porção periferia, deve ganhar no quesito diversão. Afinal, a "inclusão social" promovida pelo programa nos últimos anos só serviu para atrapalhar o jogo. Sabe como é: brasileiro não dá a mínima para as famílias que vivem do seu lixo, mas entope as linhas telefônicas para votar nos participantes coitadinhos do BBB. Foi assim com Cida, Mara, Agustinho, Thiago... Todos pobres de marré, marré, marré e finalistas, senão campeões, da gincana.
"O Big Brohter não é assistencialista, é entretenimento", disse o apresentador Pedro Bial na semana passada, deixando claro o novo caráter do reality show. A idéia, agora, é atiçar os instintos mais primitivos dos 16 bonitões e bonitonas enfurnados na casa. Para isso, até um detector de mentiras desenvolvido pelo serviço secreto israelense será usado no programa. As festas, sempre cenários de grandes confusões, também ficarão mais apimentadas. Haja cachaça.
Para desespero dos jornalistas "sérios", Bial a cada ano está melhor na condução da atração. Desta vez, com um time de aspirantes à fama assumidos na casa, ele deve deitar e rolar com suas ironias. São cinco paulistas, três fluminenses, três mineiros, duas catarinenses, uma brasiliense, um pernambucano e uma paranaense (leia sobre ela no quadro abaixo). A maioria exerce atividades de promotor ou consultor de alguma coisa, novos sinônimos para o alpinismo so-cial. E será sumariamente esquecida após o programa.
Tudo bem. O Big Brother é isso mesmo. Um bando de anônimos trancado numa casa sem ter o que fazer, sendo acompanhado por outros milhões de anônimos que também estão trancados em casa sem ter o que fazer. Ame ou odeie, você ainda vai falar sobre o BBB7. E viva a falta do que fazer!



