Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Indie

Vocalista da banda Cassim & Barbária conta como foi turnê na América do Norte

Cassiano Fagundes e banda fizeram 14 shows pelos Estados Unidos e Canadá. Viagem terminou no início deste mês

Cassim & Barbária no Canadian Music Week Festival, em Toronto | Divulgação
Cassim & Barbária no Canadian Music Week Festival, em Toronto (Foto: Divulgação)

Tudo começou em 2006, como um projeto-solo do músico curitibano Cassiano Fagundes, que resolveu retomar as composições que ficavam de fora do repertório de sua banda, Bad Folks, e gravá-las em sessões caseiras, com um um antigo Macintosh.

Assim nasceu a banda-de-um-homem-só Cassim, pouco mais tarde acrescida dos músicos catarinenses XuXu (guitarra), Márcio Leonardo (baixo), Heron Stradioto (bateria) – três remanescentes da extinta banda Pipodélica, de Florianópolis.

Mas o que era para ser (e que de fato foi, durante alguns meses) a banda de apoio de Cassim, acabou se transformando em algo novo e diferente do planejado. "Logo ficou claro que usá-los como mera banda de apoio seria um desperdício de talentos, para não dizer impossível, e nasceu a ideia de transformarmos tudo em um grupo", conta Fagundes, em entrevista à Gazeta do Povo.

Foi o início da formação Cassim & Barbária, que ganhou um ainda um segundo baterista, o também catarinense Zimmer (ex-Ambervisions).

Após alguns shows de boa repercussão e muitos acessos às canções disponibilizadas no MySpace da banda (www.myspace.com/cassimf), em novembro do ano passado o grupo foi convidado a participar do renomado festival South by Southwest (SXSW), realizado anualmente na cidade de Austin (Texas), nos EUA. No mesmo mês, outro convite: desta vez para um show na Canadian Music Week, em Toronto, no Canadá.

Enquanto XuXu e Zimmer corriam atrás de apoio (cedido pela Secretaria de Esportes, Turismo e Cultura de Santa Catarina), Cassiano ficou com a tarefa de esquematizar uma turnê pelos EUA, aproveitando a passagem da banda pela terra do Tio Sam. "Fui entrando em contato com produtores e bares onde eu sabia que já haviam tocado bandas de que eu gosto. Aos poucos um calendário de shows foi se formando", explica o músico.

Ao todo, foram 14 shows, em importantes cidades americanas como Nova Iorque, Nova Jérsei, Boston, Washington, Filadélfia e na canadense Toronto. Para fazer o trajeto entre um lugar e outro, a banda optou pela opção mais econômica: alugar uma van. "Fizemos as contas e vimos que se fôssemos de avião, teríamos de gastar muito em excesso de bagagem, por causa do equipamento", explica. Para facilitar ainda mais, até o equipamento acabou ficando para trás: "Deixamos tudo aqui e compramos instrumentos novos quando chegamos lá, para evitar problemas na alfândega do aeroporto e porque lá, o equipamento custa muito menos do que no Brasil", compara.

Mesmo diante das 150 horas passadas dentro da van (foram 11 mil quilômetros percorridos), o esforço valeu a pena. Com exceção do show na Filadélfia (ao lado da banda brasileira Garotas Suecas), que atraiu um público de cem pessoas, as demais apresentações contavam com uma plateia de pouco mais de 20 indivíduos, o que os músicos estranharam, no início. "A gente fez tudo por conta própria – sem manager, produtor ou assessoria de imprensa. Não havia muito como fazermos uma boa divulgação, mas, depois de um tempo, vimos que o contava mesmo era a qualidade do público que compareceu", diz, referindo-se aos inúmeros contatos estabelecidos pelos integrantes em cada uma das cidades por que a banda passou.

Sobre o show no festival SXSW, no Texas, Fagundes conta ter se sentido na maior meca independente do mundo. "Os quatro dias de SXSW atraem uma multidão de pessoas do mundo inteiro e entre toda essa gente, muitos músicos, produtores e executivos de gravadoras. Todo mundo quer aparecer, alimentado pela ideia de que o evento lança novidades musicais para o mundo, o que é verdade", confirma.

O saldo da turnê, de acordo com Cassiano, foi mais que positivo. A banda agora conta com os serviços de uma manager norte-americana (Danielle Freudenthal) que irá planejar a próxima turnê do Cassim & Barbária pelos EUA, ao lado de mais um empresário, ainda em negociações. Um EP da banda, gravado no Brasil e prensado nos EUA, será lançado por lá no próximo mês (no Brasil também, pelo selo carioca Midsummer Madness) e há possibilidades de que o primeiro disco do grupo seja gravado no exterior.

Fora isso, as imagens registradas pelos músicos durante a turnê devem integrar um DVD, que será finalizado em breve, após as gravações de um show em estúdio, que também irá compor o conteúdo do vídeo. Uma canção da banda será incluída em uma instalação de uma artista plástica japonesa, dona de uma famosa galeria em Nova Iorque e um novo videoclipe (da faixa "That Old Spell") será gravado em breve, possivelmente com direção de Cleverson (que já trabalhou com o grupo no vídeo de "Catastrofismo", bastante exibido pela MTV brasileira). "Estamos vivendo um momento em que o mundo ficou pequeno. Não há lugar em que a música não possa chegar", finaliza o mais que satisfeito músico.

Serviço

O Cassim & Barbária se apresenta no Wonka Bar (R. Trajano Reis, 326), (41) 3026-6272, na próxima sexta-feira (24), a partir das 23 horas. Amigos da banda no MySpace ganharão um EP do grupo na entrada do show. Preços dos ingressos a confirmar.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.