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Literatura

Vozes de Leminski não se calam

No dia em que o poeta completaria 67 anos, leitura dramática, dois filmes e uma exposição de fotos revelam o quanto sua vida e obra ainda inspiram

Naiara, Felipe e Val (à dir.) interpretam personagens que refletem o poeta | Divulgação
Naiara, Felipe e Val (à dir.) interpretam personagens que refletem o poeta (Foto: Divulgação)

If you don’t know me by now/ you will never never never know me (se você ainda não me conhece, nunca irá me conhecer) dizia o sucesso do Simply Red em 1989. Em 7 de junho daquele ano morria o poeta Paulo Leminski. Ao usar os versos da canção em sua peça O Dia em Que Morreu Paulo Leminski, o dramaturgo Rogério Viana pretende abordar um fato curioso: como hoje proliferam as criações artísticas baseadas na vida e na obra do escritor curitibano, isso faz com que o público e os artistas estabeleçam contato com a obra do autor de Catatau por meio de terceiros.

Essa é uma das sugestões do texto, que terá hoje uma leitura dramática na Biblioteca Pública do Paraná – parte das comemorações pelo aniversário do poeta, que completaria 67 anos nesta data.

Viana começou o texto em 2009, enquanto cursava o Núcleo de Dramaturgia do Sesc. Mostrou então a ideia ao diretor Marcio Abreu, da Companhia Brasileira de Teatro, que trabalhava justamente com Vida, espetáculo premiado, inspirado na obra de Leminski. Pouco depois o grupo Delírio estreou Metaformose Leminski – Reflexões de um Herói Que Não Quer Virar Pedra. Além das obras cênicas, dois filmes em cartaz nesta semana e uma exposição de fotos homenageiam o artista (veja mais informações no quadro ao lado e no roteiro da página 2).

"O grande interesse que existe hoje pela obra dele talvez tenha relação com o que [o escritor italiano] Umberto Eco diz: ‘Infeliz e desesperado aquele que não sabe se dirigir a um leitor futuro’. Leminski soube escrever para o futuro", disse o dramaturgo à Gazeta do Povo.

Na leitura dramática de hoje, que tem direção de Léo Moita e participação dos atores Felipe Custódio, Val Salles e Naiara Bastos, o espectador terá de ficar muito atento para "pescar" uma ou outra alusão a fatos da vida do poeta, todas veladas em meio ao texto. Preste atenção, por exemplo, no nome dos personagens e tente ligar suas origens à personalidade de Leminski.

Personagens

Os três coprotagonistas, aliás, são na verdade um só – mas não o próprio poeta. "Me inspirei na biografia dele, que é dramática, triste e muito intensa." Eles se debruçam sobre o mundo dos livros – sua existência física, nas prateleiras, onde podem desenvolver colóquios complexos regados a vodca, em caixas ou jogados na rua.

"Os livros representam a trajetória dele. Leminski foi um guardador de grandes textos, que provocavam nele uma revolução de pensamentos", conta Viana.

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