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O fascínio de Walter Rodrigues pelo Japão vem de longa data, mas o estilista buscou novas fontes de inspiração para os últimos desfiles. A coleção outono-inverno apresentada hoje na Casa França-Brasil, no entanto, marca a volta de sua lua-de-mel com a cultura japonesa... desta vez com ênfase na mulher.

- Fiz muitos trabalhos inspirados no Japão, e chegou uma hora em que resolvi parar. Mas a gente nunca esgota os assuntos que a gente ama, e agora resolvi retomar esse trabalho com um novo olhar. Enfoquei o lado feminino do Japão, com o qual eu nunca tinha trabalhado, e que tem uma leveza e fluidez incríveis - contou ele após o desfile, aliviado e feliz.

Com a riqueza do universo japonês, não faltaram idéias a explorar. Como a geometria que marca desenhos japoneses, transposta para suas peças.

- Uma coisa que me fascina no Japão é que as formas são todas retas. É tudo triângulo e quadrado, não tem curva. Brincamos com essas formas até encontrar as curvas orientais - explica ele.

A justaposição dessas formas deu novo caimento ao jeans e ao couro, que veio em tons metálicos mas foi moldado "com muitos decotes, fazendo uma silhueta sensual".

- Queria trabalhar um jeans novo, mais requintado. E também gostei de mesclar tecidos de diferentes pesos. Essa mescla tem tudo a ver com o Japão, que mistura modernidade e tradição, presente todo dia na vida deles.

A coleção apresentada pelo estilista também veio com mais resistência ao frio. Não sem motivos:

- Sempre fiz um inverno muito pelado. Mas agora vou apresentar a coleção em Paris, em seguida vou montar meu show-room no Japão pela segunda vez... Por isso foi importante aumentar as mangas, os pesos dos tecidos.

Quanto à oportunidade de levar o desfile para a Casa França-Brasil, o estilista era só elogios.

- Quisemos aproveitar esse decór, esse visual maravilhoso do século XVIII. A coleção tem muito glamour, um glamour às vezes exagerado. Esse chão bruto ajudou a quebrar isso.

Walter frisou, porém, que tudo o que foi visto na coleção ainda vai ganhar versão mais comercial em seu show-room em São Paulo:

- Senão todo mundo vai pensar que tem que sair arrastando vestido por aí. Se fosse assim, todo mundo tinha que andar em carruagens - brincou, em alusão aos longos vestidos de cauda.

As modelos agradecem. Ao sair do camarim, uma delas foi perguntada por um amigo se havia sido muito difícil andar naquele vestido. E respondeu:

- Muito difícil. Meu Deus, que exercício de perna! No final segurei um pouco a saia, não agüentei.

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