Ele foi acusado de blasfêmia por ter representado um Jesus que, crucificado, sonha em fazer amor com Maria Madalena, em "A última tentação de Cristo". Em "Corpo em evidência", Madonna derramou cera quente sobre seu corpo nu. Apesar disso, as mais difíceis cenas de sexo que o ator Willem Dafoe já representou talvez tenham sido as de um filme novo dirigido e co-estrelado por sua mulher.
- Fizemos o que queríamos. A estética que se vê é o que fizemos. Deixamos tudo rolar e captamos o que acontece com uma câmera segurada na mão - disse Dafoe num festival de cinema israelense onde ele e Giada Colagrande divulgaram seu filme independente "Before it had a name".
- A verdade é que é uma coisa tão simples quanto beijar uma pessoa na vida real, sabe. Se você beija a pessoa de verdade diante da câmera, o espectador verá o cuspe, rostos amassados e todas essas coisas - disse Dafoe à Reuters em entrevista.
- A não ser que seja um filminho do tipo realmente explícito, é preciso encontrar um ponto de equilíbrio entre ter a história bem enraizada na realidade e não fazer algo que as pessoas rejeitem - disse Dafoe, de 50 anos.
Tendo como pano de fundo uma mansão em Nova York envolta em borracha negra, "Before it had a name" é um thriller psicológico que inclui cenas totalmente explícitas de sexo entre os personagens representados por Dafoe e Colagrande, incluindo uma na qual a atriz está menstruada.
A italiana Colagrande, 30 anos, concordou que simular relações sexuais diante da câmera é algo que causa constrangimento, mesmo quando feito com o próprio parceiro na vida real.
- Sempre que existe nudez ou, pior ainda, uma cena de sexo, a equipe técnica e todas as pessoas que trabalham com você no filme tendem a se sentirem constrangidas - disse ela.- Quando elas estão constrangidas, você presta mais atenção ao que está fazendo.
O jornal especializado "Variety" descreveu "Before it had a name" como "suposta história sobre uma casa assombrada, apimentada com cenas de sexo tolas".
Mas Willem Dafoe, cuja atuação ao lado de Madonna foi citada no mês passado pela revista "Empire" como uma das "Dez cenas mais embaraçosas de sexo no cinema", não se abalou.
- Quando as pessoas assistem a filmes e dizem que essas cenas não são intrínsecas ao filme, é incorreto. Neste filme as cenas de sexo simplesmente fazem parte da tessitura e da narrativa do filme - afirmou. - Quando as pessoas ficam íntimas e tiram a roupa, a história se intensifica.
