A estréia mundial do documentário sobre John Lennon "Three days in the life" (três dias na vida, em tradução livre) foi cancelada a pedido dos advogados de Yoko Ono, viúva de Lennon, sob a alegação de que Yoko não havia autorizado a exibição pública do filme.
A sessão estava marcada para a terça-feira (6), no colégio Berwick Academy, em Maine (EUA).
O diretor da escola, Hap Ridgway, disse que sua preocupação inicial de controlar a multidão de alunos ansiosos se transformou na apreensão de que o filme nunca será exibido por ali, depois de ter recebido uma chuva de ligações e e-mails dos advogados de Yoko na noite de segunda-feira.
"Certamente, esperamos que os dois lados se reúnam", disse ele nesta terça à AP. "O que percebemos, desde que a coisa toda se enrolou, é que se trata de uma disputa que ainda vai longe".
O produtor executivo do documentário, Ray Thomas, transformou horas de filmagens brutas feitas no apartamento de Lennon em um filme de 2 horas que cobre um ponto crucial da carreira do ex-Beatle.
As filmagens foram feitas pelo ex-marido de Yoko, Tony Cox, em três dias de fevereiro de 1970, dois meses antes da separação dos Beatles.
O produtor Thomas e seu parceiro, John Fallon, não conseguiram que a viúva concedesse um termo de autorização para a exibição do filme. Os advogados dela afirmam que ela detém os direitos de copyright do filme.
Por isso, os produtores decidiram fazer exibições gratuitas em escolas e faculdades. Mas os advogados de Yoko disseram que até isso era proibido, o que impediu o colégio Berwick Academy de exibir o filme.
O documentário bruto de Cox foi vendido em 2000 a Fallon, Thomas e o empresário Bob Grenier por US$ 1 milhão.
Entre outras coisas, Lennon aparece compondo, fazendo um tour por sua propriedade de 40 hectares e ensaiando para um show na rede de TV BBC, em que apresentou "Instant karma" pela primeira vez publicamente.



