
Depois de três anos no Núcleo de Dramaturgia do Sesi, o dramaturgo Don Correa se mostra um aluno aplicado. Além de ter assumido a coordenação das aulas ministradas em Londrina e feito a assistência de direção de Haikai, de Roberto Alvim, o jovem já montou dois textos influenciados pela escola do núcleo. Zero, em cartaz até domingo no Mini Guaíra, revela uma rigidez inicial trazida pelo ator norte-americano Brian Townes, que interpreta em inglês, com legendas ao fundo. Com a passagem das cenas fragmentadas e o uso hábil de movimento e trocas de figurino, o texto enfático ganha mais maciez e se acomoda ao espaço. No fio condutor, o mito medieval da combustão espontânea de seres humanos, que aqui queima em diferentes vozes, e alusões ao universo da guerra a redação começou há vários anos, quando o autor morava na África do Sul. "Nem o corpo, nem a palavra: o que interessa é a presentificação de signos", explica Correa. Um exemplo de criação autoral a partir de um conceito inovador de teatro.



