
Engana-se quem pensa que Motta não quer a anistia aprovada. Ele quer, mas não a anistia planejada pela oposição. Ou melhor, a anistia que sequer pode ser chamada de anistia. Principalmente agora, em que o projeto foi rebatizado para “PL da dosimetria”, planeja-se algo muito diferente do que havia na mente da direita e dos réus do 8 de janeiro. Hugo Motta já deixou clara sua posição: quer que Paulinho da Força faça um belo acordo antes de colocar o texto para votação.
Comissão do congresso triplica fundo eleitoral
Certamente gera revolta no contribuinte ver seus impostos mal investidos. A cada 2 anos, vemos nosso dinheiro virando uma enchente de santinhos nas ruas, enchente que fica maior à medida que nos aproximamos das zonas de votação. Além disso, jingles, propagandas nada objetivas, comícios e tudo o que o marketing eleitoral permite nos faz olhar com revolta para o descaso com o dinheiro do povo. Mas será que há margem para essa angústia acabar? Muito pelo contrário. A comissão do congresso que debate o orçamento público já pretende novo aumento no fundo eleitoral: de R$1,3 bi, agora o cidadão pagaria R$4,9 bi pelas campanhas de gosto duvidoso.
Gilmar Mendes participa de processo legislativo contra sanções

Assim que assumiu a presidência do STF, Fachin fez questão de evocar a voz de Jean-Jacques Rousseau para argumentar que a corte respeita e respeitará a harmonia e a separação entre os poderes. Para Rousseau, a única maneira de evitar a tirania é subdividir as funções do poder em sujeitos distintos e independentes. Se temos o poder de fazer, ditar regras e julgar, essas três funções são, então, corporificadas na tríade dos poderes da república. Assim, cada poder deve agir de maneira independente, sem intervenção de outro, sob pena de tornar-se tirânico. (No meio disso, aliás, entra a discussão da anistia, pauta que caberia exclusivamente ao congresso, mas que pode acabar barrada pelo Supremo).
Gilmar Mendes parece não respeitar a autoridade de um dos pais da ciência política por trás das democracias modernas. Embora ocupe um órgão que se encarrega da função julgadora do poder do povo, Gilmar Mendes passou a exercer outra função do mesmo poder: a de legislar. Isso não é bastidor ou especulação. O próprio ministro admitiu que "Nós estamos nos debruçando sobre um debate de lei anti-embargos para proteger as autoridades e também aquelas chamadas entidades que sofrem sanções secundárias, como bancos e prestadores de serviços".
Flávio Bolsonaro quer "varrer o lulismo" do Brasil
No próximo ano, já temos eleições. O mandato de Lula começou delimitado pelo 8 de janeiro, passou por sanções de Trump, caos orçamentário, fraude no INSS e, com isso, a popularidade sofre. A oposição nunca esteve tão forte no congresso. Junto com uma militância populosa e ativa, a direita articula seus pensamentos em torno de três pautas principais: anistia, impeachment de Alexandre de Moraes e fim do foro privilegiado. Mas claro, há um objetivo pairando acima desses. Acima de tudo, portanto, é necessário que a oposição se torne governo nas próximas eleições. Flávio Bolsonaro é incisivo em sua fala: diz que precisamos “varrer o lulismo” do Brasil. 7
Anistia, Gilmar Mendes e fundo eleitoral: veja os destaques do Café com a Gazeta do Povo desta quarta-feira (1º)
- EDITORIAL: FACHIN E OS LIMITES A UM STF QUE SE ACHA ILIMITADO;
- PL DA ANISTIA DEVE SER PAUTADO APENAS APÓS ACORDO COM LÍDERES;
- STF FORMA MAIORIA PARA ADIAR AUMENTO DE DEPUTADOS ATÉ 2030;
- FLÁVIO BOLSONARO FALA EM "VARRER O LULISMO" EM 2026;
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