A semana na política nacional começa com uma segunda-feira que parecerá domingo, e uma terça-feira que iniciará com o calor de um início de semana. O julgamento de Jair Bolsonaro certamente ocorrerá sob os holofotes da mídia nacional e da internacional. No governo americano, um movimento já conhecido ocorre há pelo menos duas semanas: aumentaram os pedidos de pizza no pentágono. Acontecimentos do passado evidenciam: quando isso ocorre, é sinal de trabalho redobrado, geralmente envolto em grandes eventos.
Os dois lados do espectro político possuem certezas nada animadoras: na direita, a certeza de uma condenação faz voltar os olhos para a pauta da anistia. Os votos da primeira turma, repleta de desafetos de Bolsonaro, já parecem certos. A condenação ainda não tem dosimetria e tipificação certa, já que a lei que pode condenar Bolsonaro é nova. Mas o relator, Moraes, e seus aliados, já tem histórico de declarações contra a direita bolsonarista. Na esquerda, a certeza é de que, no caso de condenação de Bolsonaro, as sanções virão. Até Lula já admite que Moraes pode custar caro ao Brasil.
CPMI do INSS: envolvimento de irmão de Lula vira pedra no sapato do Governo
As eleições estão chegando. Com isso, os olhos do povo voltam-se, aos poucos, aos parlamentares que ficam esquecidos na opinião pública. Ter seu nome envolvido na defesa, ainda que indireta, do roubo de aposentados, não é nada bom. Com isso, os parlamentares governistas deixam escapar uma confissão nos corredores do congresso: foi um alívio não estar na presidência ou na relatoria da CPMI do INSS. Fazer isso demonstraria lealdade a Lula, mas custaria votos.
A mídia voltou seus olhos para um nome ilustre que surgiu nas investigações: Frei Chico, irmão de Lula. Um depoimento desse gabarito poderia prejudicar em muito a imagem do governo, já debilitada. A oposição certamente não pouparia palavras e perguntas perigosas. Com isso, a estratégia é uma só: o governo colocou nomes mais estridentes na linha de frente da CPMI. Como consequência, há a expectativa por falas longas e pedidos protelatórios, tudo com um motivo muito simples de se entender.
Na primeira etapa de depoimentos, somente os presidentes das associações irão depor. Frei Chico, que é vice-presidente, ficaria para a segunda rodada. Dará tempo antes da CPMI vencer? Tudo depende do quão efetiva será a tática de "enrolação" da bancada governista.
Bolsonaro, Tarcísio e indulto
Tarcísio de Freitas não esconde sua aspiração pelo planalto. Possível substituto de Bolsonaro em 2026, ele já fez questão de sinalizar: seu primeiro ato, caso eleito, será conceder indulto a Jair Bolsonaro.
"Na hora. Primeiro ato. Porque eu acho que tudo isso que está acontecendo é absolutamente desarrazoado"
Tarcísio Gomes de Freitas, Governador do Estado de São Paulo
Mas Tarcísio não consegue agradar a todos. Antes de mais nada, antes mesmo do eleitorado, precisará convencer a família Bolsonaro. Eduardo já demonstra incômodo: segundo o Deputado Federal licenciado, Tarcísio candidato a presidente poderia apagar o protagonismo da família Bolsonaro no cenário político. A falta de posicionamentos incisivos contra Moraes é um componente que depõe contra o governador, já que ao Bolsonarismo esta crítica é pauta cara.
Julgamento de Bolsonaro próximo: veja os destaques do Café com a Gazeta do Povo desta segunda-feira (1º)
- EDITORIAL: PL DA ADULTIZAÇÃO PERMANECE PERIGOSO, MESMO COM AJUSTES;
- STF ANULA INVESTIGAÇÕES CONTRA EX-MINISTRO DE LULA E DILMA;
- JULGAMENTO DE BOLSONARO OCORRERÁ SOB JURISPRUDÊNCIA INCERTA;
- GOVERNO PODE ATRASAR CPMI PARA EVITAR IDA DE FREI CHICO;
O Café com a Gazeta do Povo vai ao ar das 07h às 10h, no canal da Gazeta do Povo no Youtube.




