A semana foi repleta de acontecimentos que reviraram o cenário político. Jair Bolsonaro e Silas Malafaia foram indiciados, os EUA continuam a subir o tom contra o Brasil, a CPMI do INSS começa já com reviravolta, e tudo isso balizado pela batalha da direita pelo impeachment de Alexandre de Moraes e pela anistia. Vamos relembrar e analisar tudo no Café com a Gazeta do Povo desta sexta-feira (22).
Com o indiciamento mais recente de Jair Bolsonaro, tomou corpo no debate da direita os vazamentos dos relatórios da Polícia Federal. Os diálogos entre Silas Malafaia e Jair Bolsonaro expõem conflitos familiares internos. Com efeito, há o risco de divisão da direita. Mas será que os vazamentos são tão acidentais assim? Para o Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), não. Depois da operação que marcou a semana, o filho de Jair Bolsonaro resolveu usar palavras fortes contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.
“Eu acho que a palavra que eu encontro hoje para o Alexandre de Moraes é que ele é uma pessoa asquerosa, que joga muito baixo, que não tem limites para expor uma relação familiar que não tem nada a ver com o processo, com a única intenção de manipular a opinião pública, de atacar o presidente Bolsonaro e o seu grupo, porque isso não dá embasamento para nada. Então qual o objetivo de vazar essas informações?”
Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em entrevista à rádio Auriverde
Vivemos tempos em que o mínimo desconforto dos ministros do STF é capaz de provocar inquéritos, indiciamentos e prisões. Assim, paira a dúvida: após uma fala tão contundente de Flávio Bolsonaro, Alexandre de Moraes tomará alguma atitude para retaliar o senador? Se fizer isso, os EUA virão em socorro de Flávio?
PF prepara prisão de Bolsonaro
A Polícia Federal parece não acreditar que Bolsonaro sairá ileso após os recentes acontecimentos. Na superintendência de Brasília, os agentes já preparam uma cela para possível mandado de prisão contra o ex-presidente da república. Bolsonaro inegavelmente possui apoio popular. Com todo esse apoio (já visível após a prisão domiciliar), quais impactos veríamos no Brasil após uma eventual prisão? 7 de setembro está se aproximando. Se antes dele vier a prisão de Jair Bolsonaro, certamente haverá impacto nas ruas, resultando em manifestações ainda mais inflamadas.
Mas há outra variável: Silas Malafaia. O organizador da maioria dos atos em apoio a Bolsonaro também corre risco de ir para a cadeia. Se isso acontecer, fica vago o espaço para uma liderança dessas manifestações. Já preocupado com oportunistas, Bolsonaro verá aumentar o risco de que alguém sem a sua benção herde seu espólio político.
Pesquisas mostram desvantagem de Lula perto das eleições
As últimas pesquisas não são favoráveis ao atual presidente. Lula parece perder aderência no nordeste. Enquanto isso, o ganho de popularidade obtido após iniciar o discurso de soberania nacional parece aproximar-se de um teto. Já não é possível, de acordo com analistas, cravar Lula como favorito em 2026. Com isso, e com Bolsonaro inelegível, quem ocupará o topo das pesquisas de intenção de voto?
Romeu Zema, Ratinho Júnior, Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado... são muitos os governadores que almejam o cobiçado título de "o candidato da direita". Mas não é tão simples. Não apenas o conservadorismo social e o liberalismo econômico importam para a população. As redes sociais e as ruas mostram que o próprio Bolsonaro, em si, é o detentor de seu apoio, independentemente das pautas. Com isso, Flávio Bolsonaro, Michelle e Carlos despontam como nomes importantes. A tendência, porém, é que tais nomes busquem ocupar o Senado Federal.
Allan dos Santos sofre novo indiciamento
Outro aliado de Jair Bolsonaro que está na mira da Polícia Federal é Allan dos Santos. A PF investiga suposta criação de perfis falsos para atacar adversários políticos. Allan está fora do Brasil, e por isso, não parece se amedrontar com o indiciamento. Ao contrário de Bolsonaro, ele não está alcançável pelas mãos da punição estatal brasileira. Moraes, seu principal adversário, tampouco pode pisar em solo americano, que dirá colocar agentes para prender ele ou outros desafetos, como Paulo Figueiredo e Eduardo Bolsonaro. Flávio Bolsonaro é um dos que ainda corre sério risco, embora o STF não tenha dado, ainda, sinais de possível ataque contra o senador.
A Magnitsky realmente conseguiu reduzir o poder de Moraes. Mesmo que o Banco do Brasil tenha lhe oferecido um cartão Elo, após bloqueio de outro, com bandeira nacional, o sufocamento financeiro pode atingir o ministro e seus aliados graças à "blindagem" que a lei possui. Qualquer auxílio a Moraes que desemboque em formas de burlar a sanção pode ser igualmente sancionado. Pessoas e empresas tendem a se afastar do ministro, e fazer negócios com ele tornou-se altamente arriscado.
Flávio Bolsonaro contra Moraes: veja os destaques do Café com a Gazeta do Povo desta sexta-feira
FLÁVIO BOLSONARO CRITICA MORAES POR EXPOSIÇÃO DA FAMÍLIA;
8 DE JANEIRO: PGR NEGA DOMICILIAR A IDOSA AGREDIDA NA CADEIA;
PF PREPARA CELA PARA EVENTUAL PRISÃO DE BOLSONARO;
EDUARDO BOLSONARO CHAMA DINO DE "COMUNISTA OLD SCHOOL";
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