Trump já avisou que quem ajudar Moraes a driblar a lei Magnitsky pode sofrer as consequências, seja uma pessoa, uma empresa ou um país inteiro. O governo Lula parece não ter entendido o recado. Com a pressão cada vez maior, o presidente decidiu colocar a equipe econômica para dar conselhos aos ministros. O principal deles é a abertura de contas em cooperativas de crédito. A tática escapa da Magnitsky, já que as cooperativas não possuem ligação com o sistema financeiro mundial, controlado pelos americanos. Mas o tiro pode sair pela culatra. Os avisos foram muitos, e podem culminar em mais sanções ao Brasil. Lula pode ser proibido de pisar em solo americano?
Bancos perdem R$41,3 bi após decisão de Dino que tenta blindar STF
É certo que há quem apoie e quem critique a postura do STF e do governo Lula diante dos EUA. Mas não podemos esquecer da divergência de forças entre os diversos atores envolvidos. Ao colocar os bancos em um impasse, Flávio Dino compra briga com um dos grupos de influência mais poderosos do país. O mesmo grupo, aliás, que ajudou a derrubar Dilma Rousseff, em meio a uma crise econômica séria e bravatas da ex-presidente contra os bancos em rede nacional. Ao tocar nesse grupo de influência, Flávio Dino joga os bancos, reunidos na conhecida FEBRABAN, em rota de colisão não só contra ele, mas contra o STF como um todo, especialmente contra Alexandre de Moraes. Os bancos seriam a peça faltante para o impeachment que a oposição tanto almeja?
PP e União Brasil criam Titã partidário
O poder, como sabemos, vem das alianças. As alianças, porém, são complicadas, pois precisam casar interesses distintos em um discurso unificado. Quando finalmente há consenso, porém, quem está ao lado tem o que temer. É claro, no Brasil que já conhecemos, o fisiologismo é ponto comum fácil de encontrar entre os diversos partidos políticos. Mesmo assim, há divergências sobre o que isso significa e sobre quando resgatar os frutos de tal postura de caráter duvidoso.
Agora, PP e União Brasil se juntam, em um evento que reuniu desde Tarcísio de Freitas até Ciro Gomes. Davi Alcolumbre fala em "política com P maiúsculo", e o governo comemora a união de dois partidos que compõem sua base. Em bloco, a influência é inquestionável, e põe em risco pautas caras à oposição. Uma delas, por exemplo, enfrenta uma resistência feroz do já citado Alcolumbre: o impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Casa Branca quer ir com força total contra Nicolás Maduro
Quando a principal potência do ocidente fala em colocar todo o seu arsenal contra uma só pessoa, devemos estar atentos. A Casa Branca ainda celebrava o encontro em que Trump se consolidou como figura de mediação entre Rússia e Ucrânia, mas não deixou de dar o duro recado contra o ditador venezuelano.
Maduro é acusado de chefiar um cartel, e para além disso, é um símbolo antiamericano cada vez mais radicalizado. Trump demonstra que não hesita em aplicar medidas duras a quem se opõe à agenda Americana-Republicana. Maduro pode radicalizar ainda mais seu discurso, mas as consequências parecem certas. A prisão e até a morte de Nicolás passam a parecer, cada vez mais, questão de tempo.
PL da "adultização" prevê órgão de controle com indicados por Lula
A oposição teme que o PL da "adultização" leve à censura. Esse medo ganhou corpo quando, em meio a emendas e mais emendas ao projeto, surgiu um termo:
"autoridade nacional: entidade da administração pública
Substitutivo ao Projeto de Lei 2.628/2022
responsável por zelar, editar regulamentos e procedimentos e fiscalizar o
cumprimento desta Lei em todo o território nacional."
Uma autoridade para monitorar as redes sociais, aprovada em um projeto que tramita em regime de urgência, significa uma coisa: Lula indicaria os nomes para o órgão que regularia as redes sociais no país. Como desvincular, porém, a importante pauta da proteção à infância da pauta de defesa da liberdade de expressão? A população conservadora, afinal de contas, tem na proteção das crianças um de seus pontos mais caros. Separar o joio do trigo, para a oposição, tem sido um desafio. Enquanto isso, um Centrão cada vez mais fortalecido pretende agradar às suas bases eleitorais, e nada como o discurso de proteção da infância para colocar o parlamentar na mente de seu possível eleitor.
Como em todo projeto de lei, o STF segue atento para uma possível judicialização. E a judicialização da política, como sempre, segue corroendo a vontade popular e, com efeito, o estado democrático de direito.




