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R$3,2bi em emendas

Lula abre cofre para barrar anistia: Café com a Gazeta do Povo

Após a condenação de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal, reaquece o ânimo em prol da pauta da anistia (além, é claro, do impeachment de Moraes e do fim do foro privilegiado). A pauta é mais do que indesejada por Lula e seus apoiadores. O presidente resolveu abrir a carteira (do povo) e liberar R$3,2 bilhões em emendas parlamentares, tudo para que o projeto não avance.

A intenção não é sem motivo: com seu principal adversário político condenado por tentativa de Golpe de Estado e abolição violenta do estado democrático de direito, agora é tangível que a anistia poderá sim beneficiar o ex-presidente, tudo o que Lula não quer. Com efeito, qualquer medida, mesmo que custe rios de dinheiro público, será considerada, para tirar Bolsonaro da pauta e, em última instância, das urnas.

Valdemar Costa Neto formula mal e solta frase problemática

Na política, o falar e o calar estão juntos no mar de possibilidades para marcar posicionamento. Muitas vezes, no afã de povoar o noticiário, políticos dão declarações que podem minar sua credibilidade dentro do lado do espectro a que dizem pertencer. Valdemar Costa Neto entrou em choque com a direita ao pronunciar o que, no mínimo, podemos interpretar como uma gafe:

“houve planejamento de golpe, mas não houve o golpe”

Valdemar Costa Neto, presidente do PL

Aqui, para quem já está acostumado com a linha argumentativa da direita fica claro o que Valdemar tentava dizer: que simples atos preparatórios não constituem crime. Há, porém, uma desordem de estratégias nos políticos que representam o conservadorismo no Brasil. Há a tese de que não houve sequer planejamento de golpe, e há, do outro lado, a tese de que este existiu, mas não constitui crime. O problema surge quando não há um alinhamento sobre qual estratégia usar. Assim, as falas públicas podem gerar surpresas. A estratégia a ser usada em cada fala varia conforme a vontade de quem discursa.

Em conclusão, não há como seguir em uníssono com duas estratégias argumentativas em aberto, ainda mais quando uma delas é evidentemente mais fraca do que a outra (os artigos do código penal falam em "tentar"). Será que dessa vez, com a gafe de Valdemar, os políticos de direita finalmente entenderão a necessidade de uniformizar o discurso? Com dois deles na praça, é claro que surgirão frases mal formuladas, que depois serão utilizadas a torto e a direito pelo lado oposto.

Lula acirra tensão com "carta aberta" a Trump

Há muito tem-se criticado a resistência de Lula a estabelecer diálogo com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O americano já é conhecido por não ceder a pressões. Mas mesmo assim, Lula optou por uma via duvidosa: escrever uma “carta aberta” ao presidente, em artigo publicado no jornal The New York Times:

"O governo Trump acusou ainda o sistema judiciário brasileiro de perseguir e censurar empresas de tecnologia americanas. Essas alegações são falsas. Todas as plataformas digitais, nacionais ou estrangeiras, estão sujeitas às mesmas leis no Brasil. É desonesto chamar regulamentação de censura, especialmente quando o que está em jogo é a proteção de nossas famílias contra fraudes, desinformação e discurso de ódio"

Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente do Brasil

Há uma razão para que a diplomacia ocorra preferencialmente a portas fechadas. O Itamaraty é recordista em impor sigilo em documentos. Tudo isso não é desarrazoado: diplomacia é terreno sensível. A sensibilidade da diplomacia faz contrastar duas figuras centralizadas no presidente da república: chefe de estado e ativo eleitoral. Não dá para arriscar colocar o país em guerra com outras nações, em nome de um duvidoso marketing político.

De fato, Donald Trump reconhece a diferença entre o público e o sigiloso na diplomacia: sua histórica discussão pública com Volodymyr Zelensky, longe de ser um "pouco importa", é sinal de que Trump não aceita sair por baixo nas negociações. Lula entendeu isso? Ou não entendeu, ou ignorou.

Ao expor publicamente uma negociação que poderia ocorrer a portas fechadas, Lula torna a colocar lenha na fogueira. A própria diplomacia Americana reconhece que, longe de acalmar os ânimos, o artigo de Lula pode trazer mais sanções.

Há uma variável a mais nesse cálculo: o STF acabou de condenar Bolsonaro, e Trump já se manifestou contra a decisão, não apenas pessoalmente, como por meio do governo americano. Agora, nos resta esperar para entender o quanto o artigo controverso de Lula trará de impacto para o Brasil.

Moraes arquiva denúncia contra Marcos do Val

O jogo de poder presente na aliança entre PGR e Moraes ganha um novo capítulo. Ao arquivar uma denúncia contra o senador Marcos do Val (PODEMOS-ES), Moraes faz um afago à PGR, ao acolher sua argumentação:

“Evidente, portanto, a ausência de capacidade postulatória do noticiante, uma vez que a opção pela representação criminal deve ser formulada perante a autoridade policial ou o Ministério Público, e não diretamente ao órgão judicial eventualmente responsável pelo julgamento do noticiado. Inegável, além disso, a flagrante ilegitimidade ativa do requerente para requerer medidas cautelares”

Procuradoria-Geral da República

A decisão, é claro, contrasta com muitos argumentos trazidos não apenas pelas defesas dos réus do núcleo 1, como pela oposição como um todo. Moraes já recebe há muito a pecha de juiz inquisidor. A acusação de que seria acusador e juiz ao mesmo tempo ganha cada vez mais adeptos. Mesmo assim, é necessário manter uma política de boa vizinhança com o órgão que é legitimamente o acusador.

Lula ataca Trump e a anistia: veja os destaques do Café com a Gazeta do Povo desta segunda-feira (15)

  • BOLSONARO DEIXA HOSPITAL COM DIAGNÓSTICO DE ANEMIA;
  • VIÚVA DE CHARLIE KIRK SE PRONUNCIA APÓS ATENTADO;
  • "CARECA DO INSS" DEVE DEPOR HOJE NA CPMI, PROMETE PRESIDENTE;
  • LULA CHAMA TRUMP DE "DESONESTO" EM ARTIGO NO NEW YORK TIMES;

O Café com a Gazeta do Povo vai ao ar das 07h à 10h, no canal da Gazeta do Povo no Youtube.

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