Quantos perfis de redes sociais já sofreram alguma restrição por parte do judiciário brasileiro ( e por parte de Alexandre de Moraes)? Parece uma pergunta simples, mas demanda grande reflexão. Aqui, precisamos olhar para esse “calar” de diversas formas: bloqueio de perfis, bloqueio de postagens, suspensão de monetização, varredura em dados e celulares, processos persecutórios, dentre outros mecanismos. O número real é uma grande incógnita. Mas Eduardo Tagliaferro dá uma importante pista: o ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral revela que a assessoria de combate à informação já silenciou mais de 3 mil perfis.
Olhando para a vizinhança, lá no STF temos mais pistas que nos ajudam a responder essa pergunta. Em um levantamento feito pelo Café com a Gazeta do Povo no diário da justiça eletrônica, temos, desde agosto de 2020:
- 7.401 publicações que mencionam suspensão de redes sociais;
- 2.721 publicações que mencionam proibição de utilização de redes sociais;
- 105 publicações que mencionam proibição de concessão de entrevistas;
O interesse na nova arena do debate público se mostra ainda mais quando olhamos para os portais de transparência: desde 2009, já foram proferidas 119.232 decisões que mencionam, de alguma forma, redes sociais.
CPMI do INSS: governo faz "dança das cadeiras" para ampliar cortina de fumaça
A CPMI do INSS inegavelmente será destaque nos noticiários. Já adiantamos por aqui a suspeita da oposição de que a bancada do governo use de seu tempo de fala para criar cortinas de fumaça. Um movimento do governo dá sinais de que essa expectativa pode estar certa: a bancada de Lula resolveu trocar alguns postos, colocando parlamentares mais estridentes. Soraya Thronicke e Humberto Costa são os que mais se destacam nessas trocas.
Com isso em mente, a oposição reflete:
"Ganhar tempo é o mesmo que ganhar"
Deputado Federal Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PL-SP)
Qual será o tamanho dessa CPMI? Ela acabará no STF? O STF já espera por isso? É certo que, quanto mais reuniões, mais saberemos sobre o que o governo pretende ganhar com uma comissão que tem tanto potencial de desgaste para Lula.
Embate entre Moraes e Bolsonaro terá segurança reforçada
Alexandre de Moraes e os outros 4 ministros da primeira turma contarão com um esquema reforçado de segurança no STF, para o julgamento de Jair Bolsonaro e outros membros do chamado "núcleo 1". Com efeito, surge a pergunta: segurança ou espetáculo? Até onde as medidas são necessárias e até onde demonstram uma expectativa de holofotes?
Cães farejadores, drones, fechamento da praça dos três poderes. Primeiramente, é claro, há que se olhar para a estética que tudo isso projeta e o que ela significa. Determinar tal esquema não é apenas uma preocupação, mas uma estratégia. Mais do que uma estratégia, aliás: um discurso. Que tipo de discurso a Suprema Corte quer difundir com o poderoso esquema de segurança? A justificativa oficial é protocolar:
"O Supremo Tribunal Federal possui um plano estruturado para situações que envolvem grandes eventos ou julgamentos de amplo interesse público."
Supremo Tribunal Federal
Sem diálogo com Trump, Lula aperta o botão nuclear da retaliação
Lula tomou uma decisão, e essa decisão pode trazer consequências que, certamente, não atingirão somente a ele. Agora, o Itamaraty está autorizado a iniciar a "reciprocidade econômica" contra os Estados Unidos. O movimento ocorre no mesmo dia em que o presidente disse que não conseguiu contato com a Casa Branca. Como chefe de estado, Lula tem resistido ao diálogo com Trump, e insistido no discurso de soberania nacional. Mesmo assim, o presidente americano não muda de posição. Muito pelo contrário: Trump demonstra que seguirá firme em sua posição contra o que considera violações de direitos humanos.
A geopolítica das américas nunca mais será a mesma. Desde que Donald Trump assumiu o poder, muita coisa mudou no arranjo de poder. Mas há muito ainda no horizonte. O "Make America Great Again" parece ser realmente a tônica da gestão. Por aqui, o boné "o Brasil é dos brasileiros" não parece refletir o sentimento de boa parte da população. A pertença a uma nação não vem senão através de uma construção que envolve políticas públicas e, acima de tudo, liberdade. Sentir-se membro de uma nação significa não sentir medo de ser quem se é dentro daquelas fronteiras. Como restaurar a identidade nacional do brasileiro em meio a uma grave tensão que faz com que muitos peçam socorro ao exterior?
Moraes e o silenciamento via TSE: veja os destaques do Café com a Gazeta do Povo desta sexta-feira (29)
LULA AUTORIZA ITAMARATY A RETALIAR TARIFA DE TRUMP;
TAGLIAFERRO: MORAES JÁ SILENCIOU MAIS DE 3 MIL PERFIS;
MULHER QUE IMPLOROU A MOTTA POR ANISTIA CONTA SUA HISTÓRIA;
PT TROCA MEMBROS DA CPMI DO INSS BUSCANDO CONTROLE;
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