As decepções em torno da anistia não param. Após Paulinho da Força assumir a dianteira do projeto agora apelidado de “PL da Dosimetria”, a promessa foi de pautar o texto na próxima terça-feira (30). Mas Paulinho mudou de ideia. Agora, o PL não tem data para ser colocado em discussão, e ainda não se sabe em que termos virá a versão mais do que light que parece estar na cabeça do deputado.
No final das contas, a urgência parece ter sido mau negócio para a direita. Colocar a pauta em regime ordinário permitiria articulações e protestos contra possíveis traições. A CCJ, vale lembrar, tem em sua mesa diretora nomes importantes da oposição, como o primeiro vice-presidente Felipe Francischini (UNIÃO/PR) e o terceiro vice-presidente Capitão Alberto Neto (PL/AM). Há, para além disso, comissões temáticas sobre violações dos direitos humanos e sobre o próprio 8 de janeiro. A pressa foi inimiga da perfeição nesse caso? Ou o regime ordinário desgastaria ainda mais o projeto de lei?
Outros projetos em pauta parecem impactar na anistia, a saber, a PEC da imunidade e a alteração no imposto de renda. Algo que exige tanta articulação está certamente mais sujeito a ruídos do que qualquer outra proposição. Paulinho da Força conseguiu trazer a pauta para o ramo do aceitável pelo STF, e deixa claro que é a corte sua principal amiga nesse caso, a quem quer agradar acima de qualquer outro. Na prática, e com o patrono de Moraes, Michel Temer, na articulação, o texto final pode acabar tendo a cara do STF, com sugestões e modificações feitas (por debaixo dos panos, é claro) pelos próprios ministros.
Sóstenes se encontra com Eduardo e Figueiredo em meio a incerteza sobre anistia
Uma imagem ficará marcada para a posteridade, e registrada na história da direita brasileira. Não por ser de um evento marcante, mas de um momento importante na conjuntura política. O líder do PL na Câmara dos Deputados, Deputado Federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) se encontrou com o Deputado licenciado Eduardo Bolsonaro e o jornalista Paulo Figueiredo nos EUA. De lá, os dois articulam respostas às ações de Alexandre de Moraes. O encontro é simbólico, pois simboliza a união da pauta da anistia com as sanções dos EUA a autoridades brasileiras.
O momento é importante. Paulinho da Força dá sinais dúbios e muitas vezes incômodos. O agora chamado “PL da dosimetria” sequer tem data para entrar em pauta. Tinha, mas Paulinho desistiu. Quanto tempo mais levará para que as discussões sobre o texto final estejam diante dos olhos do público, ao vivo na TV Câmara?
Tarcísio descarta e Michelle considera presidência
Dois posicionamentos recentes mexem no tabuleiro eleitoral para 2026. De um lado, Tarcísio de Freitas diz que tem muito a fazer em São Paulo, e declara com todas as letras que não irá se candidatar à presidência. Do outro lado, em entrevista a um jornal britânico, Michelle Bolsonaro diz que pode sim, ser a candidata a substituir Jair Bolsonaro. Com isso, muito já é delimitado para 2026. Ainda temos Romeu Zema e Ratinho Jr. para levar em conta, mas a direita parece não aderir a nomes distantes de Bolsonaro.
Qual será o posicionamento final dos dois candidatos? Michelle parece ter chances suficientes para entrar no Senado sem muito esforço, mas fica à mercê da decisão final de Bolsonaro sobre quem irá substituí-lo. Já Tarcísio não é tão conhecido, não é tão querido pela direita quanto Michelle e, agora, demonstra desinteresse pela candidatura. Houve quem falasse em dobradinha de Tarcísio e Michelle para 2026. É claro, nada impede a possibilidade de Tarcísio, nos 45 do segundo tempo, declarar que não gostaria, mas que topa substituir Bolsonaro para não deixar a direita desamparada. Seria uma estratégia possível, mas teria aderência do eleitorado?
Paulinho, Tarcísio e Michelle: veja os destaques do Café com a Gazeta do Povo desta sexta-feira (26)
- STF DISCUTE QUEBRA DE SIGILO PARA INVESTIGAR BUSCAS NO GOOGLE;
- PAULINHO DA FORÇA ADIA VOTAÇÃO DO PL DA "DOSIMETRIA";
- CARECA DO INSS GERA BATE-BOCA AO OPTAR PELO SILÊNCIO;
- BARROSO FALA EM "AVENTURA DE DEFENDER A CONSTITUIÇÃO";
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