Parlamentares que só podem ser processados (por corrupção, por exemplo) com autorização da casa a que pertencem, e possivelmente em voto secreto. A proposta certamente dividiu opiniões, inclusive na direita. Mas como esperado, a ideia pode acabar enterrada no Senado. Alessandro Vieira (MDB-SE), relator da proposta na CCJ, manifestou-se pela sua inconstitucionalidade. Em outras palavras, quem quiser votar a favor da proposta terá de contraargumentar o raciocínio do senador.
O Café com a Gazeta do Povo procurou cada um dos 81 senadores, questionando se apoiam ou não a proposta. Até o momento, recebemos as seguintes respostas:
- Nelsinho Trad (PSD-MS) - Contra;
- Soraya Thronicke (PODEMOS-MS) - Contra;
- Eduardo Braga (MDB-AM) - Contra;
- Eduardo Girão (NOVO-CE) - Contra;
- Flávio Bolsonaro (PL-RJ) - Favorável;
- Oriovisto Guimarães (PSDB-PR) - Contra;
- Otto Alencar (PSD-BA) - Contra;
- Jayme Campos (UNIÃO-MT) - Contra;
- Carlos Viana (PODEMOS-MG) - Contra;
- Mara Gabrilli (PSDB-SP) - Contra;
- Marcos do Val (PODEMOS-ES) - Favorável;
- Paulo Paim (PT-RS) - Contra;
- Ana Paula Lobato (PDT-MA) - Contra;
- Sérgio Petecão (PSD-AC) - Contra;
- Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) - Contra;
- Zenaide Maia (PSD-RN) - Contra;
- Randolfe Rodrigues (PT-AP) - Contra;
- Eliziane Gama (PSD-MA) - Contra;
- Cleitinho (REPUBLICANOS-MG) - Contra;
- Alan Rick (UNIÃO-AC) - Não sabe;
- Alessandro Vieira (MDB-SE) - Contra;
- Izalci Lucas (PL-DF) - Contra;
- Damares Alves (PL-DF) - Contra;
Em resumo, são 20 sinalizações contrárias, 2 favoráveis e um senador que ainda não tem opinião formada. Faltam, portanto, 59 senadores para manifestarem como votam. Para a aprovação, seriam necessários 49 votos favoráveis. Tudo leva a crer, porém, que o senado não terá os votos necessários para que essa PEC saia do papel.
Discurso na ONU: Lula tenta se provar para esquerda e alfineta Trump e Bolsonaro
No discurso da ONU, o presidente da república não citou nominalmente Donald Trump nem Jair Bolsonaro, mas trouxe os dois indiretamente ao discurso. Sobre Bolsonaro, saiu em defesa do STF, alegando que o julgamento foi histórico e regular, com todas as garantias necessárias.
Lula tentou ganhar legitimidade dentre os ouvintes ao falar da fundação da organização, se posicionando como um entendedor do verdadeiro propósito dela. Além disso, buscou agradar ao público citando Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, e Papa Francisco.
Para além disso, utilizou temas-chave comuns em discursos das nações unidas, como paz, governança global e desenvolvimento sustentável.
Antagonista de Donald Trump, o presidente brasileiro tenta deslegitimar seu homólogo ao colocá-lo às margens da legitimidade da ONU, apontando-o, por exemplo, como violador da diplomacia ao impor sanções contra o Brasil.
Sob o manto de "voz do sul global", uma espécie de relator da esquerda na ONU, o petista traz também carga ideológica à fala, ao defender Cuba e Palestina, bem como argumentar em favor da regulação das redes sociais. Sobre esta última, aliás, tentou blindar-se de críticas à pauta ao citar crimes graves, como "intolerância, misoginia, xenofobia e desinformação". Lula agrada aos países de esquerda ao defender que "a voz do Sul Global deve ser ouvida".
Além do próprio Brasil, Lula cita 17 países ou regiões:
- Estados Unidos;
- Venezuela;
- Haiti;
- Cuba;
- Ucrânia;
- China;
- Israel;
- Líbano;
- Síria;
- Irã;
- Catar;
- Uruguai;
- América Latina;
- Caribe;
- Palestina;
- Gaza;
- Sul Global;
Cita também 3 pessoas:
- Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai;
- Papa Francisco;
- Mahmoud Abbas, presidente da autoridade palestina;
Ao tratar da guerra em Gaza, Lula atribui o conflito ao "mito da superioridade étnica do Ocidente", em aceno aos países de esquerda. Por ser tema espinhoso, contudo, ele fez questão de, logo no início do tópico, criticar as ações do Hamas.
Oposição reagirá a anistia light
Gerou polêmica e indignação a ideia de Paulinho da Força de mudar o PL da anistia para “PL da dosimetria”. O texto quer mudar as penas direto no código penal. O impacto seria indireto aos réus do 8 de janeiro, sem carga simbólica ou o efeito amplo, geral e irrestrito que a oposição de fato espera. Sóstenes Cavalcante costurou o acordo durante meses para, agora, ver no horizonte a possibilidade do esforço ir por água abaixo. Mas a direita na Câmara não pretende deixar passar. Os deputados já preparam uma reação ao que classificam como quebra de acordo.
O relator da anistia não agradou em nada a direita. Com isso, Hugo Motta pode sofrer dificuldades em sua gestão, com a maior bancada da casa nada feliz. Não há, de fato, obrigação de que o presidente da casa escolha esse ou aquele relator. Mas a política é feita de acordos, que quando descumpridos, geram retaliações.
Relator rejeita imunidade: veja os destaques do Café com a Gazeta do Povo desta quarta-feira (24)
- LULA CITA INDIRETAMENTE LULA E TRUMP EM DISCURSO NA ONU;
- OPOSIÇÃO PREPARA REAÇÃO A MUDANÇA NO PL DA ANISTIA;
- LULA USA DISCURSO NA ONU PARA DEFENDER REGULAÇÃO DE REDES;
- PL RECORRE APÓS HUGO MOTTA NEGAR LIDERANÇA A EDUARDO BOLSONARO;
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