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Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia e da república, Jair Bolsonaro, participam da cerimônia de posse dos novos procuradores da República. Wilson Dias/Agência Brasil
Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia e da república, Jair Bolsonaro, participam da cerimônia de posse dos novos procuradores da República. Wilson Dias/Agência Brasil| Foto:

Mais uma vez, o tititi impera. As candinhas estão agitadíssimas. Vejam só o caso de Rodrigo Maia: estamos discutindo o sexo dos anjos – o óbvio.

Maia não é o articulador do governo. Quem faz esse papel é o líder do governo na Câmara que, aliás, conversou com o presidente da República, de volta do Chile, no Palácio da Alvorada no domingo (23). Maia tem que se manter neutro, em respeito às várias correntes que existem dentro da Câmara, contra e a favor da reforma da previdência.

Isso está sendo noticiado como uma crise: “Rodrigo Maia não vai articular a reforma da Previdência”. Claro que não: ele não pode! Não é dele esse papel.

E tem mais: “Carlos Bolsonaro ofende Maia no Twitter e Maia despreza Sergio Moro”. Bom, em primeiro lugar, Maia está nervoso porque seu sogro foi preso. Em segundo lugar, o que Carlos fez foi um gesto de apoio a Moro em relação ao pacote anticrime – algo que todo mundo quer em um país de 60 mil homicídios por ano.

A propósito de todo esse tititi, peço licença a José Roberto Guzzo, esse grande jornalista, para citar um trechinho do artigo dele dessa semana:

O fato, comprovado pela memória digital onde tudo se grava, é que a mídia nacional resolveu participar da campanha eleitoral de 2018 tomando partido contra a candidatura de Bolsonaro – e contra a maioria do público, também. Perdeu as eleições, já que o eleitorado decidiu fazer precisamente o oposto do que os comunicadores queriam que fizesse. A essa altura, em vez de parar um pouco para perguntar se não havia nada a corrigir no roteiro seguido até ali, a imprensa dobrou a aposta. Ficou ainda mais brava do que já estava durante a campanha; desde a eleição, trata o governo Bolsonaro como ilegítimo. Não há sinais de que nada disso vá mudar nos próximos quatro anos.

Eu endosso essas palavras de Guzzo.

Boa notícia

Mudando de assunto com uma boa notícia: os índios brasileiros estão agindo como os índios americanos já agem. Nos Estados Unidos, visitei várias reservas indígenas em Utah. Lá, os índios exploram hotéis, cassinos e o turismo em geral.

Aqui, no Brasil, os índios estão fazendo exatamente isso e passando a ter independência financeira, não ficando mais sob a tutela da Funai, ou do Ministério Público e do Cimi – dois órgãos que devem estar enciumados com isso, porque vão perder a sua massa de manobra.

Em regiões do sul do Amazonas, os Tenharim Marmelos e os Apurinã estão explorando o turismo e o manejo do pirarucu. No Mato Grosso, os Paresi plantaram quase 9 mil hectares de soja, 8 mil de milho, 6 mil de feijão, 1,4 mil de girassol, 500 de milho branco e 300 de arroz. E tudo isso dá 1,7% da área da reserva deles, que é de 1 milhão de hectares. Os Paresi ainda exploram o turismo, pois a sua área é cheia de rios e cachoeiras.

Os Caiapó estão comercializando castanha e, no rio Marié, com o turismo e a pesca esportiva, estão atraindo turistas americanos. Eles recebem 5 mil turistas por ano, metade dos Estados Unidos. Cada um paga US$ 5,5 mil por semana para pescar tucunarés. Com a dispensa do visto, a estimativa é que a entrada de turistas americanos no Brasil cresça 30%.

É mais um problema brasileiro que está sendo resolvido – o da autossustentação dos índios. E com o apoio da Funai. O presidente da fundação, Franklimberg de Freitas – que eu conheço pelo apelido, Muxiba –, está fazendo uma excelente administração, que nos traz essas ótimas notícias.

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