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Bombeiros trabalham no Morro da Babilônia, no Leme, zona sul da cidade,  para resgatar o corpo de um homem que está soterrado devido ao deslizamento provocado pelo temporal que atingiu a cidade do Rio de Janeiro
Bombeiros trabalham no Morro da Babilônia, no Leme, zona sul da cidade, para resgatar o corpo de um homem que está soterrado devido ao deslizamento provocado pelo temporal que atingiu a cidade do Rio de Janeiro| Foto:

O Brasil inteiro está olhando para mais uma tragédia no Rio de Janeiro. Eu tenho quase 50 anos de jornalismo e não passou um ano em que não houvesse uma tragédia semelhante, por causa de chuvas no Rio de Janeiro mais ou menos nessa época próxima do verão.

Somos um povo, um país que não aprende com as tragédias. Veja Mariana que depois resultou em Brumadinho, porque não se preveniu. Há uma série de outras barragens em Minas Gerais prontas para tragédias.

Vejam só. No Rio de Janeiro, a ciclovia Tim Maia caiu pela quarta vez. Isso nos faz pensar sobre a engenharia. E engenharia nesse caso não está rimando com ciclovia. Acho que o caso da ciclovia Tim Maia tem ser levado para as escolas de engenharia como um case para investigar o que está faltando. Como é que pode acontecer isso?

Aliás, há uma série de outras quedas de viadutos. Precisa dar uma olhadinha nisso. Senhores engenheiros, preocupem-se com isso porque o nome da engenharia brasileira sai mal dessa história. E sai pessimamente também mais uma vez o nome do Rio de Janeiro, é uma pena que com tanto mortos, tanta destruição a chuva convertendo ruas do Rio de Janeiro em rios, ribanceiras despencando sobre residências. Como eu disse é recorrente porque não se previne.

Não são tomadas medidas, por exemplo, em relação ao lixo que entope o escoamento de água da chuva. Não se protege mais ribanceiras, e permite-se a construção de casas em áreas de perigo.

A meteorologia é previsível. Todo mundo sabe que chove nessa época e que são chuvas torrenciais tropicais. Isso é típico daquela latitude, daquela localização, da Serra do Mar, do Oceano em frente e da umidade. Agora gente fica lamentando quando se deveria prevenir para não ter que lamentar.

Mudando de assunto…

Eu assisti uma série de apresentações de autoridades sobre a reforma da Previdência e o que mais me impressionou foi o antagonismo entre o que a gente lê no noticiário e a realidade.

Pessoas que estão envolvidas nas negociações dizem que o Rodrigo Maia e o Paulo Guedes se dão muito, muito bem. Estão afinadíssimos.

Óbvio que Rodrigo Maia, por ser presidente da Câmara, não tem que articular a reforma da Previdência, infelizmente eu já disse isso aqui e tenho que repetir, porque ainda estão noticiando como se fosse um fato dizer assim: “Rodrigo Maia desiste de articular a reforma da Previdência”. Ele não é líder do governo, gente!

O Maia é presidente da Câmara, ele tem que ser neutro, isento em relação às diversas bancadas da Câmara, inclusive as que são contra a reforma da Previdência.

O presidente do Senado também não é o articulador do governo. É por isso que o governo tem lideranças lá dentro: os partidos que apoiam o governo e o próprio governo, essa é a condição.

Agora, tanto o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, quanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre estão, sim, apoiando a reforma da Previdência. É o que eles têm dito.

Grandes partidos que embora não estejam afinados e não sejam teoricamente partidos alinhados ao Governo – como PSDB, DEM e o próprio MDB – sabem que é necessário.

Antes disso, outros governos tentaram. O governo do PT tentou e não conseguiu fazer porque as centrais sindicais não permitiram. Mas sabem que é necessário. É um rombo que vai se acumulando todos os anos na proporção geométrica, e isso acaba com o país.

Como eu ouvi o sujeito dizer: “Você pode não gostar do capitão do navio, mas estamos todos no mesmo navio. Se o navio afundar, junto afundam os seus filhos, seus netos e bisnetos”.

Há um apelo, inclusive, para as pessoas agirem ligando para os seus deputados e senadores na hora da votação. Ao que parece, a votação vai chegar ao final em junho e julho. É o que eles desejam.

Crise venezuelana

Por fim, eu queria comentar outro desastre. O FMI está calculando uma inflação anual para a Venezuela de 10 milhões por cento. No auge da inflação brasileira, antes do plano real, nossa inflação foi de 5 mil. Imaginem a diferença…

A Venezuela é um grande produtor de petróleo. Afiliada à Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), o país produzia normalmente 3 milhões de barris por dia. Agora está produzindo 1 milhão de barris.

A recessão na Venezuela neste ano é de 25%. Para se ter uma ideia, a recessão do desastre da nova economia da Dilma – e que causou 12 milhões de desempregados – foi de -3,5% no PIB. Na Venezuela, quase metade da população ativa está desempregada.

É uma ideologia que nunca deu certo em lugar nenhum do mundo. A União Soviética teve 70 anos de poderes divinos, poderes de vida e morte sobre as pessoas e não deu certo, quebrou. A China parou com o comunismo na prática porque não é Marx que rege a China: é Confúcio, que é pragmático.

Isso não dá certo em lugar nenhum do mundo. Não deu certo em Cuba, e tem gente aqui no Brasil insistindo nisso, quando a gente está precisando mesmo é economia de mercado que é estimulada pelo lucro, pela confiança e pelo otimismo. Assim as pessoas investem e vão abrindo empregos. É assim que funciona essa roda.

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