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Poupança foi a pior opção de renda fixa de 2018. (Foto: Marcelo Andrade/Arquivo/Gazeta do Povo).
Poupança foi a pior opção de renda fixa de 2018. (Foto: Marcelo Andrade/Arquivo/Gazeta do Povo).| Foto:

Fim de ano sempre é uma época propícia à análises daquilo que foi positivo ou não e para avaliar o que pode seguir ou ser revisado para o ano que entra. Com os investimentos, não é diferente.

Sobre os piores ativos de renda fixa em 2018, o lanterna da categoria é a poupança. A tradicional e conhecida aplicação nacional deve encerrar o ano com retorno próximo de 4,6%. Dado que a inflação medida pelo IPCA deve fechar 2018 em cerca de 4%, o poupador neste caso terá obtido um retorno real próximo de 0,5%, o que pode ser considerado pífio em relação ao leque de oportunidades disponíveis no mercado. Como comparação, para quem investiu ao final de 2017 em um CDB com vencimento de um ano e que pagava à época 115% do CDI, obterá um retorno bruto de 7,4%, considerando a isenção de taxas de corretagem para esta aplicação. O CDI, taxa interbancária utilizada como referência para grande parte dos investimentos em renda fixa no país, fechará o ano em 6,4%, enquanto a Selic, taxa básica de juros, seguirá no menor patamar da história, em 6,5% ao ano.

No mercado de ações,  que foi impactado pelo ano intenso e pelas variáveis nos cenários interno e externo (eleições no Brasil, período pós-greve dos caminhoneiros, em que predominou o pessimismo em relação às contas públicas do país, saída de Pedro Parente da Petrobras, perspectiva de elevação dos juros e embates comerciais nos EUA), o Ibovespa, na mínima do ano, chegou aos 69 mil pontos. No entanto, o principal índice da bolsa brasileira apresentou uma forte recuperação ainda no período eleitoral e a previsão é que encerre o ano próximo do topo histórico. Ou seja, uma retomada e tanto de curto prazo.

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Como principais destaques no campo positivo ficam as ações de empresas estatais como Cemig, Petrobras, Cesp e Banco do Brasil. Todas estas se beneficiaram com os resultados das eleições. Há outros casos consideráveis como as ações do Itaú, Vale e Gol que avançam mais de 30% no ano (considerando fechamento do mercado em 07/12). Já no lado negativo, os principais destaques ocorreram por questões específicas de cada empresa ou expectativas do mercado como as ações da Cielo, que seguram a lanterna, com queda maior de 50% em 2018. Qualicorp, Kroton, Oi, BRF e Ultrapar foram outras que decepcionaram seus investidores com perdas superiores a 30%.

Se entrarmos em ativos mais comentados no dia a dia, como dólar e commodities, também teríamos muitas histórias para contar sobre 2018. O petróleo, por exemplo, chegou a recuar mais de 30% apenas no acumulado de outubro e novembro. O mais interessante é que o preço do barril tinha atingido seu maior patamar desde o final de 2014 antes de sofrer esta queda brusca.

E o câmbio? Também passou por bons e maus momentos. Em setembro, chegou a atingir seu maior valor desde o início do Plano Real em 1994, cotado acima dos R$4,20 e, 45 dias após as eleições, foi abaixo de R$3,60, um movimento brutal atípico considerando todo histórico de mercado. Mesmo assim, se considerarmos o ano fechado, caso não ocorra nenhum evento global relevante – o que não podemos descartar até lá – , poderá fechar 2018 com alta de 15%, muito longe da desvalorização de 100% do peso argentino ou dos 40% da Lira Turca.

Por fim, os fundos imobiliários – um dos ativos que mais tem sido comentados pelos pequenos investidores em função de ser uma referência de um dos principais segmentos da economia nacional, que tem o IFIX como sua principal referência – deverá fechar mais um ano no positivo, desta vez acima dos 3%. O que quero dizer com isso? Que aqui esteve mais uma boa oportunidade dentre as diversas de investimento em nosso país.

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Neste mesmo texto, poderia estender comentários para Certificados de Recebíveis (CRI e CRA), Letras de Crédito (LCI e LCA) e títulos do Tesouro Direto, mas todos estes estão intimamente ligados aos seus respectivos indexadores como a taxa de juros ou inflação e, claro, ao risco e prazo de cada ativo especificamente.

E por que é importante o investidor fazer este balanço? Porque ele deve estipular um prazo e objetivo para seus recursos antes de realizar qualquer aplicação e, para esta decisão, é importante conhecer o histórico de desempenho, o contexto econômico do país e para onde vai. São informações importantes para àqueles que buscam rentabilizar melhor seu dinheiro. Portanto, é fundamental sempre estar atento e acompanhar periodicamente as oportunidades de investimento para que em 2019 você possa aproveitá-las da melhor forma possível.

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