No contexto de transformações aceleradas nas empresas e nas relações de trabalho, a cultura organizacional tem ganhado protagonismo como motor silencioso — mas potente — dos resultados corporativos. Para Maria Schneider, executiva de Recursos Humanos com MBA em Gestão de Pessoas e Aconselhamento de Carreira, a cultura é o que molda comportamentos, influencia decisões e impacta diretamente indicadores como produtividade, turnover e até EBITDA.
“Ela organiza os ‘comos’ por trás dos ‘quês’. A cultura orienta decisões, comportamentos e prioridades — mesmo na ausência de regras formais. Cultura é o motor invisível que direciona resultados muito tangíveis. A cultura direciona prioridades, orienta decisões e se traduz, na prática, nos números da empresa”, afirma Maria. Em sua análise, ambientes que promovem confiança e autonomia tendem a gerar inovação e agilidade. Já culturas baseadas no medo ou na desconfiança cobram a conta em alta rotatividade, desgaste emocional e perda de talentos.
Propósito e resultado
A especialista será uma das vozes no XVIII CONPARH — Congresso Paranaense de Recursos Humanos, que neste ano traz como foco o tema “Tudo que só o humano pode fazer”, amplificando as conexões entre cultura organizacional e desempenho sustentável. O evento, que se consolida como uma plataforma estratégica para discutir os caminhos que ligam propósito, engajamento e resultado, será realizado nos dias 22 e 23 de outubro, no Viasoft Experience, em Curitiba.
Segundo Maria Schneider, o verdadeiro engajamento não é discurso, se constrói com pertencimento e propósito. “É possível até bater metas com pressão no curto prazo, mas isso custa caro. O engajamento genuíno transforma performance em legado. Equipes engajadas entregam, inovam e cuidam da empresa como se fosse delas.”

Para ela, o maior equívoco das lideranças está em tratar cultura como projeto com começo, meio e fim. “Cultura não é campanha, nem workshop. É o que acontece no cotidiano, nas decisões difíceis, nos feedbacks, na escuta ativa, no comportamento das pessoas da empresa”, pontua. Ignorar os rituais diários, adotar modelos externos sem adaptação ou manter líderes desalinhados entre fala e prática são atitudes que comprometem o enraizamento da cultura e o engajamento das equipes.
Estratégia com cultura
Quanto à mensuração de impacto, Maria defende o uso de indicadores como eNPS, clima organizacional, turnover e absenteísmo, sempre cruzando esses dados com resultados financeiros e operacionais. “Empresas que fazem essa leitura percebem um padrão: onde há mais engajamento, há mais resultado — com menos desgaste.”
Por fim, reforça que, estratégia é importante, mas cultura é o que determina se e como ela será executada. E lembra o que disse Peter Drucker, “a cultura devora a estratégia no café da manhã”. Segundo ela, uma estratégia brilhante sem cultura alinhada se perde no caminho. Já uma cultura forte, mesmo com uma estratégia simples, encontra maneiras criativas de entregar resultado. O ideal, claro, é ter ambas — mas se for para escolher, cultura é o que garante consistência, comprometimento e execução”.
Mais informações: https://conparh.com.br/

