A relação entre bem-estar no ambiente de trabalho e resultados concretos nos negócios deixou de ser uma aposta ousada para se tornar uma premissa da gestão moderna. Para Andréa Gauté, Diretoria Curadoria e Gestão do Conhecimento da Associação Brasileira de Recursos Humanos – ABRH-BR, Psicóloga especializada em Gestão de Recursos Humanos, a valorização dos colaboradores é um dos pilares mais sólidos para alcançar desempenho sustentável.
“Medir o retorno sobre investimento em ações de bem-estar vai além de indicadores financeiros. É preciso olhar para dados como redução do turnover, engajamento, produtividade e até atração de talentos mais alinhados à cultura da empresa”, afirma. Segundo ela, os efeitos são percebidos também na inovação, criatividade e na experiência do cliente — reforçando a conexão direta entre cuidar de pessoas e gerar valor para o negócio.
Cultura centrada em pessoas
A lógica é simples, mas poderosa: ambientes saudáveis geram mais comprometimento e colaboração. “Quando a cultura valoriza genuinamente as pessoas, os resultados se tornam consequência. Quem se sente respeitado e ouvido, o ambiente se torna mais seguro e automaticamente melhora a performance”, diz Andrea. Esse cuidado se reflete na retenção de talentos, reputação da marca empregadora e, claro, no atingimento de metas e resultados.
Para Andrea, um erro comum das organizações é acreditar que performance e bem-estar são conceitos opostos. “Alta performance sustentável não combina com esgotamento. Ela nasce em ambientes que oferecem segurança psicológica, clareza de metas e equilíbrio”, explica. A chave está em lideranças. Os líderes que buscam continuamente o seu autoconhecimento e desenvolvimento, tornam-se líderes mais inspiradores e conseguem exercer uma liderança mais humanizada, promovendo mis autonomia e convergência de interesses e objetivos. Assim, formam equipes mais saudáveis e resilientes”.
Metas e qualidade de vida
Na prática, algumas iniciativas têm se mostrado eficazes para manter a performance sem abrir mão da saúde. Entre elas, Andrea destaca: gestão de prioridades, metas realistas e acompanhadas de perto, modelos de trabalho flexíveis, cultura de feedback contínuo e revisão de processos. “Não se trata de romantizar a produtividade, mas de criar um ciclo virtuoso entre entrega e bem-estar. Isso sim é sustentável”, reforça.
Outro ponto central é o alinhamento entre o propósito da empresa e o trabalho diário dos times. Segundo Andrea, isso só acontece quando há intenção clara na comunicação e na gestão da cultura. “Líderes que conhecem de verdade sua equipe conseguem traduzir o propósito em metas, decisões e comportamentos. O propósito precisa estar presente nos rituais, nas conversas e na forma como as pessoas se sentem parte da construção, não só da execução”.

Transformar propósito em resultado concreto é papel direto da liderança. “Líderes são os responsáveis por tornar o discurso real. Eles inspiram, empoderam e criam condições para que o propósito mobilize as pessoas. É essa vivência que gera alinhamento entre cultura, estratégia e entrega”, conclui.
Andréa Gauté participou do XVIII CONPARH – Congresso Paranaense de Recursos Humanos. Quer saber como foi? Acesse o link.
Informações sobre a ABRH-PR, no site.

