Os processos e as práticas de gestão de pessoas têm se transformado ao longo do tempo. Temas como mudanças geracionais, inteligência artificial e novas expectativas de carreira são comumente discutidos pela Associação Brasileira de Recursos Humanos do Paraná (ABRH-PR). Nesse cenário de transformações, a horizontalização dos processos surge como uma tendência que promete redefinir as estruturas organizacionais.
A horizontalização visa desburocratizar práticas e promover maior autonomia na tomada de decisões. Em vez de depender de múltiplos níveis hierárquicos para validar informações, os profissionais ganham mais liberdade para atuar com independência - desde que tenham a senioridade necessária para isso. Esse modelo favorece um ambiente mais colaborativo e inovador, no qual as decisões são compartilhadas e a estrutura rígida das empresas dá lugar a interações mais fluidas.
De acordo com o Diretor Executivo na área de recrutamento e seleção da Evermonte Executive Search, Augusto "Guto" Fontoura, a gestão horizontal não elimina a necessidade de liderança, mas redefine seu papel para um modelo mais baseado em orientação e suporte estratégico.
"Não significa que todos têm o mesmo peso quando as cartas estão na mesa, mas sim que a perspectiva coletiva (e menos hierárquica) é mais valorizada", explica Fontoura.
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Fatores que impulsionam a horizontalização
Dois principais fatores têm impulsionado essa mudança: a entrada de novas gerações no mercado de trabalho e o impacto da pandemia na forma como os profissionais enxergam suas carreiras.
As novas gerações valorizam o propósito e a flexibilidade mais do que a busca por cargos de alta gestão. Para elas, a colaboração e a autonomia são características essenciais do ambiente de trabalho ideal.
“Em breve, estruturas mais hierárquicas poderão dar espaço a uma atuação colaborativa. Outro ponto complementar é que a nova workforce possui uma relação diferente com a hierarquia. Logo, podemos esperar, em um futuro próximo, mudanças significativas nas estruturas de gestão de pessoas”, pontua Fontoura.
Primeiros passos para uma transição eficiente
Antes de iniciar uma transição para uma gestão mais horizontal, as empresas devem avaliar se esse modelo realmente se encaixa na sua estratégia de negócio. Embora a hierarquia tradicional tenha suas limitações, ela também garante previsibilidade e controle, sendo ainda valorizada por muitas organizações.
Para aquelas que desejam adotar a horizontalização, a principal recomendação é simplificar processos internos e investir no desenvolvimento dos colaboradores: "Se treinarmos adequadamente todas as pessoas para fazerem o trabalho que foram contratadas para fazer, triplas aprovações podem se tornar uma grande perda de tempo", aponta o Diretor Executivo.
Assim, avaliar se a horizontalização está trazendo resultados positivos é indispensável. Para o Diretor, monitorar alguns indicadores-chave como pesquisa de clima organizacional, velocidade na tomada de decisões, número de projetos colaborativos e redução da burocracia são relevantes também para contribuir com o enfrentamento dos desafios de uma gestão horizontal.

"Para muitas companhias, a hierarquia é um elemento fundamental de controle e previsibilidade, e substituí-la exige uma transformação profunda na mentalidade da alta administração e dos colaboradores. Além disso, é essencial equilibrar autonomia e responsabilidade, pois se a empresa não tiver processos claros e mecanismos efetivos de accountability, a horizontalização pode gerar desorganização e dificuldades na tomada de decisão. Outro ponto crítico é a adaptação dos colaboradores, pois nem todos se sentem confortáveis em um ambiente com menos direcionamento e mais necessidade de autogestão”, finaliza Fontoura.
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