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Tudo que só o humano pode fazer nas organizações

Reflexões acerca daquilo que constrói pertencimento, identidade e cultura forte dentro das empresas serão aprofundadas durante o XVIII Congresso Paranaense de Recursos Humanos – CONPARH 2025, que acontece nos dias 22 e 23 de outubro, em Curitiba

Adeildo Nascimento, especialista em cultura organizacional e CEO da DHEO Consultoria
Adeildo Nascimento, especialista em cultura organizacional e CEO da DHEO Consultoria (Foto: Divulgação)

ABRH-PR - Associação Brasileira de Recursos Humanos

27/08/2025 às 14:46

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Em tempos de avanços tecnológicos acelerados e inteligência artificial permeando processos corporativos, uma pergunta se impõe: o que resta ao ser humano nas organizações? Para o especialista em cultura organizacional CEO da DHEO Consultoria Adeildo Nascimento, a resposta não está apenas na resistência ao digital, mas na valorização daquilo que só o humano é capaz de realizar — com empatia, ética e criatividade.

“Ainda que algoritmos avancem na velocidade do silício, o ritmo humano segue sendo o do carbono: mais lento, sim, mas também mais complexo, ambíguo e relacional”, afirma. Em outras palavras, a revolução tecnológica exige uma revolução igualmente profunda no entendimento das habilidades humanas.

Segundo dados do World Economic Forum (2023), cerca de 50% das tarefas cognitivas serão automatizadas até 2027. Mas, na contramão da substituição, cresce a demanda por competências como pensamento analítico, criatividade, resiliência, empatia e liderança. “Essas habilidades exigem compreensão de nuances culturais, percepção emocional e decisões orientadas por valores — domínios onde a IA apenas simula, mas não sente nem compreende”, explica Adeildo.

Sistema imunológico

A inteligência emocional, a empatia e o pensamento crítico são apontados como diferenciais estratégicos diante da ascensão das máquinas. “Elas funcionam como sistemas imunológicos das relações humanas dentro das empresas”, define o especialista. “A IA processa dados, mas é o pensamento crítico que nos permite questionar as premissas por trás desses dados”.

Um exemplo citado por ele é o caso emblemático da Amazon, cujo sistema de recrutamento automatizado acabou reproduzindo vieses sexistas a partir de dados históricos enviesados. “É nesse ponto que a empatia se torna um antídoto poderoso: ela conecta decisões à realidade vivida de outras pessoas — algo que nenhuma máquina pode replicar com legitimidade”.

Criar, colaborar e decidir com base em princípios éticos são, segundo Adeildo, competências que seguem exclusivas do repertório humano. A criatividade não se limita à geração de ideias: ela nasce da recombinação simbólica de referências culturais, emocionais e históricas. “Embora ferramentas como o ChatGPT acelerem processos criativos, elas ainda dependem da curadoria humana para gerar valor real”, aponta.

A colaboração também escapa à automação. Requer leitura de contextos, linguagem corporal e construção de confiança - elementos impossíveis de serem replicados por protocolos digitais. E quando o assunto é ética, os desafios se aprofundam. “Tomar decisões éticas exige julgamento moral, empatia pelos afetados e coragem para sustentar valores mesmo sob pressão”, acentua.

Relatórios como o Ethics in the Age of AI (Deloitte, 2022) reforçam essa visão. Segundo o estudo, organizações que mantêm a ética como pilar têm 2,5 vezes mais chances de serem percebidas como confiáveis; um ativo cada vez mais valioso em um mundo de reputações instantâneas.

Criar, colaborar e decidir com base em princípios éticos são competências que seguem exclusivas do repertório humanoCriar, colaborar e decidir com base em princípios éticos são competências que seguem exclusivas do repertório humano (Foto: Freepik)

Cultura organizacional

Para que as competências humanas floresçam em equilíbrio com o uso de tecnologia, é preciso que as empresas abandonem a lógica da substituição. “Culturas organizacionais maduras não temem a tecnologia, mas também não a cultuam. Elas a integram de forma estratégica para liberar o potencial humano”, resume.

Isso passa por líderes conscientes, capazes de criar ambientes de aprendizado contínuo, espaços seguros para errar e métricas que ultrapassem a eficiência operacional. Indicadores de saúde cultural, como segurança psicológica, inclusão, alinhamento ético e senso de pertencimento, vêm sendo apontados como essenciais por publicações como a MIT Sloan Management Review (2023).

Investir em desenvolvimento humano — com programas de escuta, coaching, mentorias cruzadas e laboratórios de futuro — é hoje tão estratégico quanto investir em infraestrutura tecnológica. “Afinal, o verdadeiro diferencial competitivo está no que a tecnologia ainda não consegue copiar: o humano”, pontua.

Crises, celebrações, feedbacks e decisões difíceis revelam com mais clareza o que apenas o humano pode fazer. “Nesses momentos, não é o organograma que define os rumos, mas quem tem coragem de ouvir, acolher e decidir com base em valores”, diz Adeildo.

Ele destaca ainda a força dos rituais organizacionais: um onboarding bem conduzido, um elogio público, ou uma história bem contada sobre os valores da empresa criam vínculos que nenhuma tecnologia é capaz de simular. “É isso que constrói pertencimento e identidade, os fundamentos de qualquer cultura forte”.

O que torna uma organização realmente inovadora não é só a tecnologia, mas as pessoas que a constroem. Investir em desenvolvimento humano é apostar no que a tecnologia ainda não pode copiar: o humanoO que torna uma organização realmente inovadora não é só a tecnologia, mas as pessoas que a constroem. Investir em desenvolvimento humano é apostar no que a tecnologia ainda não pode copiar: o humano (Foto: Shutterstock)

XVIII CONPARH

Essas reflexões serão o ponto de partida da palestra de abertura do XVIII Congresso Paranaense de Recursos Humanos – CONPARH 2025, que acontece nos dias 22 e 23 de outubro, no Viasoft Experience, em Curitiba. Com o tema “Tudo que só o humano pode fazer”, o evento promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos do Paraná - ABRH-PR reunirá especialistas e líderes para discutir o futuro do trabalho — um futuro que, mais do que tecnológico, continuará essencialmente humano.

Mais informações: https://abrh-pr.org.br/ e https://conparh.com.br/

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