A história de Rosane Lima Ribeiro e de seus dois filhos atravessa mais de dois mil quilômetros — do interior da Bahia até Curitiba — e evidencia como a destinação de parte do Imposto de Renda pode impactar diretamente a vida de crianças e adolescentes que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS). Brayan e Brenda foram diagnosticados ainda muito pequenos com anemia falciforme, doença hereditária que provoca episódios intensos de dor, limitações físicas, risco de infecções e necessidade constante de atenção emergencial.
Anemia falciforme e a luta por cuidado especializado
A primeira crise veio quando Brayan tinha 6 meses. “Ele chorava muito de dor. Pensávamos que fosse cólica, mas já eram as crises da doença”, recorda Rosane. Como em Serra do Ramalho não havia suporte para atender a quadros tão graves, a família viajava longas distâncias até Salvador em busca de atendimento, muitas vezes sem garantia de leito de UTI.
Brenda, a irmã mais nova, começou a apresentar os sintomas poucos meses depois. Aos 5 anos, já enfrentava dores severas por todo o corpo. “A anemia falciforme é uma caixa de surpresas. Num momento estavam brincando, e, segundos depois, eu tinha que correr para a emergência”, conta a mãe.
Longe de casa e sem perspectiva de cura, a família encontrou o Hospital Pequeno Príncipe, referência nacional em alta complexidade pediátrica.
“Meus meninos estão bem e sem dores. Agora é seguir com o tratamento pós-transplante”
Rosane Lima Ribeiro - mãe de Brayan e Brenda
No Pequeno Príncipe, acolhimento e esperança

“Desde a recepção até a equipe médica, todos foram incríveis. Me explicaram detalhes que nunca tinham me dito antes. Senti conforto no coração”, relata.
O quadro de Brayan era delicado e exigia estabilização. Brenda também precisava de transplante e, após avaliações, acabou realizando o procedimento primeiro — com medula doada por tios-avôs, assim como o irmão. Ambas as cirurgias foram bem-sucedidas.
Todo o tratamento, inclusive medicações, foi pelo SUS. Além da assistência médica de alta complexidade, os irmãos receberam acompanhamento multiprofissional e apoio educacional durante o tratamento. A mãe contou com o apoio do Família Participante, que permite permanência integral dos responsáveis durante o internamento, reduzindo impactos emocionais para pais e filhos.
Para Rosane, os vínculos criados com a equipe foram essenciais:
“Os profissionais me deram a chance de ver o mundo diferente. Criamos laços com enfermeiros e médicos — isso é muito importante.”
Rosane Lima Ribeiro - mãe de Brayan e Brenda
Hoje, ambos seguem em acompanhamento, mas livres das crises que marcaram a infância. “Meus meninos estão bem e sem dores. Agora é seguir com o tratamento pós-transplante”, afirma a mãe.

Uma modalidade de doação com o potencial ainda pouco explorado no Brasil
Histórias como a de Brayan e Brenda são possíveis graças a toda a estrutura multidisciplinar e tecnológica do Pequeno Príncipe — e essa estrutura depende, em parte, da destinação do Imposto de Renda. Embora a legislação permita que contribuintes destinem até 6% do imposto devido – seja a pagar ou a restituir –
para projetos sociais certificados, o potencial é pouco aproveitado no país.
Em 2024, os brasileiros poderiam ter direcionado R$ 14,9 bilhões a essas iniciativas por meio da renúncia fiscal, mas apenas 2,5% efetivamente chegaram às instituições, segundo a Receita Federal. Enquanto isso, hospitais filantrópicos — responsáveis por atender 75% da população, que depende do SUS — enfrentam subfinanciamento e defasagem de repasses.
Para o Pequeno Príncipe, que realiza 74% de seus atendimentos internamentos pelo SUS, a destinação do IR é fundamental. Os recursos ajudam a manter:
- equipes multiprofissionais especializadas;
- programas de humanização e apoio psicossocial;
- atividades educacionais para pacientes internados;
- tecnologias e infraestrutura;
- pesquisas científicas e qualificação profissional.
Ou seja: quando um contribuinte realiza a destinação, ele fortalece diretamente a rede que possibilita tratamentos de alta complexidade — como os transplantes que salvaram a vida de Brayan e Brenda.

Como doar?
- Certificar-se de que a declaração de IR seja realizada pelo modelo completo.
- Calcular até 6% do imposto devido – seja a pagar ou a restituir (o contribuinte pode usar o simulador disponível no site www.doepequenoprincipe.org.br).
- Solicitar o boleto de doação pelo formulário disponível no site www.doepequenoprincipe.org.br ou pelo Whatsapp (41) 99962-44614.
- Efetuar o pagamento do boleto até o dia 26 de dezembro e guardar o comprovante para incluir o valor no momento da declaração.
Outras orientações sobre a destinação e como declarar podem ser encontradas no site www.doepequenoprincipe.org.br.
Sobre o Pequeno Príncipe

Com sede em Curitiba (PR), o Hospital Pequeno Príncipe é o maior e mais completo hospital pediátrico do Brasil. Há mais de cem anos, oferece assistência humanizada e de alta complexidade a crianças e adolescentes de todo o país, atuando em 47 especialidades e realizando transplantes de rim, fígado, coração, ossos e medula óssea.
A instituição mantém 369 leitos — 76 deles de UTI — e realiza 74% de seus atendimentos internamentos pelo SUS. Em 2024, promoveu 259 mil atendimentos ambulatoriais, 20 mil procedimentos cirúrgicos e 293 transplantes.
Reconhecido como hospital de ensino desde a década de 1970, formou mais de dois mil especialistas e integra o Complexo Pequeno Príncipe ao lado da Faculdades Pequeno Príncipe e do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe.
Em 2025, foi listado entre os 70 melhores hospitais do mundo pela revista Newsweek e reconhecido como Hospital de Excelência pelo Ministério da Saúde — reafirmando seu compromisso com a assistência, o ensino e a pesquisa em pediatria.


